A Arena Corinthians receberá hoje, às 17h, um amistoso entre as equipes sub-17 e sub-20 do Timão. O evento, que não será aberto aos torcedores e nem à imprensa, será o último teste do estádio antes da partida de abertura da Copa do Mundo, entre Brasil e Croácia, na próxima quinta-feira.
Se por um lado a Arena está em contagem regressiva para receber os craques do Mundial, por outro os garotos entram em campo para aproveitar ao máximo o tempo no local, que ainda recebe seus últimos ajustes na parte estrutural.
E o tratamento aos meninos será de estrela: acompanhamento policial desde a saída do hotel e filmagens por vários ângulos para o teste das câmeras de transmissão utilizadas na Copa. Após a partida, escolta no retorno ao hotel. O único problema é que a Fifa determinará o tempo de bola rolando, e pode encerrar o jogo qualquer momento.
Em meio aos jovens de 16 a 20 anos ansiosos para o jogo durar mais, um garoto de apenas 15 é quem chama atenção. Nascido em 1998, o atacante Léo Jabá, uma das principais promessas da base alvinegra, é titular no sub-17. Destaque do Timão na campanha que rendeu o vice-campeonato do Mundial de Clubes da categoria, na última semana, em Madrid, ele sabe da importância do amistoso para seu futuro dentro do Corinthians.
– Mesmo que não tenha torcida, vou dar o meu melhor. Ali vai ser só mais um jogo, mas pretendo daqui a uns anos jogar no mesmo local com bastante torcedores. Tenho sonho de fazer um gol ali na casa corintiana, na nossa casa. É um orgulho muito grande poder fazer parte disso – analisou Léo, ao LANCE!Net.
Como Léo, outros 21 garotos vão remar contra a maré da opinião pública e torcer para a Fifa demorar nos ajustes. Serão eles os últimos a pisar no gramado antes de Neymar, Fred, Oscar e companhia.
– O Corinthians é o maior do Brasil, e como não ter estádio? Agora temos tudo! Para mim vai ser especial jogar lá – sonha Léo Jabá.
BATE-BOLA com Léo Jabá
Atacante do Corinthians sub-17, ao L!
Como foi sua carreira até aqui?
Comecei a jogar aos quatro anos na Escolinha de Futebol Coiete, em São Mathes. Quem me incentivava era meu pai, que tinha esse sonho de ser jogador, mas não deu pra ele. Aos 11 anos, comecei futebol de campo no São Paulo, em Cotia. Era para ficar uma semana de teste, mas em dois dias de treino já me aprovaram e fizeram meu registro. Mas em novembro de 2010, estava ficando cansativo. Pela distância de casa até Cotia, estava indo mal na escola, até dormia nas aulas. Aí surgiu proposta do Corinthians.
E você sempre foi corintiano?
Confesso que não gostava muito do Corinthians. Mas agora não tem como não gostar. Essa torcida incentiva muito, ajuda muito. Já gritaram meu nome em uma partida, é muita emoção para quem está começando.
Quando você pretende chegar à categoria profissional do clube?
Como meu pai sempre fala, potencial e talento eu tenho, mas não posso perder a cabeça. Tenho sempre que manter a humildade, independentemente do sucesso. Gostaria muito de com 17 ou 18 estar no futebol (profissional), mas sei que isso não depende só de mim. Tenho contato com o Malcom e ele nunca pensou em jogar uma Copa São Paulo, por exemplo. Se eu chegar no ano que vem, já será um grande passo.
Como foi o Mundial sub-17?
Tenho 15 anos e joguei com mais velhos contra grandes clubes, claro que gostei. Só faltou coroar com o título, mas volto para buscar.
GAROTO É ACONSELHADO POR SHEIK
Léo Jabá foi companheiro de Lucas, sobrinho do atacante Emerson Sheik, nas categorias de base do Corinthians. Após um churrasco na casa do ex-camisa 11, hoje emprestado ao Botafogo, Jabá começou uma relação de amizade com o herói corintiano da Libertadores.
– Eu me inspiro muito no Sheik. Admiro muito ele como pessoa. Antes de ir embora ele me avisou por WhatsApp (aplicativo de troca de mensagens) que estava indo, mas me avisou que não ia perder o contato, e pediu para eu não deixar a peteca cair – lembrou Léo Jabá.
Apadrinhado pelo experiente jogador, que está emprestado até o fim do ano ao Botafogo, o garoto do sub-17 do Timão sonha com o retorno do ídolo ao Parque São Jorge. Seu objetivo é subir para o profissional e poder treinar ao lado de Emerson Sheik, que tem contrato com o clube paulista até julho de 2015, mas dificilmente retornará.
– Tenho sonho de jogar ao lado dele. Talvez ele volte ano que vem e eu possa treinar do ladinho do Sheik – torce o atacante, aos risos.