Em noite de celebração do lançamento de um livro sobre as obras da Arena Corinthians, o ex-presidente do Timão, Andrés Sanchez, também foi cobrado por torcedores pelo preço alto dos ingressos para os jogos no novo estádio. Antes de um debate no auditório do clube, no Parque São Jorge, Andrés recebeu reivindicações de um grupo de oito representantes de organizadas.
Questionado sobre o teor da conversa, o ex-presidente foi econômico:
– Pergunte a eles.
Pouco depois, durante sua dissertação em mesa com outros responsáveis pela obra, voltou a justificar os preços mais altos em relação ao Pacaembu. Os ingressos mais baratos custaram R$ 50 (R$ 35 para sócios-torcedores) nas partidas contra Figueirense e Botafogo. Isso sem contar as arquibancadas provisórias, que serão desmontadas após a Copa do Mundo, e custaram R$ 40.
– Entendo as reclamações dos torcedores sobre o preço. Fazer isso com três, quatro jogos por mês, fica realmente um pouco pesado. Mas 35 reais, para sócio-torcedor, é um preço que entendo ser justo. Vamos rever algumas coisas quando reabrirmos o estádio para o Corinthians, depois da Copa – disse Andrés.
A principal reclamação é sobre a diminuição do número de lugares populares. No Pacaembu, eram cerca de 19 mil assentos baratos entre arquibancadas verde e amarela, além do tobogã. Na Arena, sem as arquibancadas provisórias, esse número será menor do que 15 mil – sendo que o setor Norte é reservado apenas para as organizadas.
Ao lado de Andrés, representantes da Odebrecht e o autor do livro, Tadeo Sanchez Oller – primo do ex-presidente – falaram sobre o lançamento da publicação, que traz detalhes sobre os mais de três anos de obras no estádio em Itaquera. O arquiteto Aníbal Coutinho e o gerente operacional Frederico Barbosa representaram a construtora, enquanto o vice-presidente Elie Werdo falou pelo presidente Mário Gobbi, que não compareceu.
Durante a apresentação, acompanhada por conselheiros e sócios do Corinthians, houve um minuto de aplausos para os três operários mortos durante as obras – dois no ano passado, após a queda de um guindaste no setor Leste, e um em março deste ano, ao cair de uma das estruturas provisórias da Arena.