Responsável pelas obras na Arena Corinthians, o ex-presidente do clube, Andrés Sanchez, admitiu que o excesso de juros a serem pagos a bancos que cederam empréstimos são o principal motivo do salto no preço final do estádio – de R$ 820 milhões para R$ 1,150 bilhão. Mesmo assim, Andrés manteve a ideia de que é possível pagar a Arena com bilheteria em um período médio de sete anos, desde que a ocupação média supere os 35 mil pagantes por jogo.

Presente no estádio para o último evento-teste antes da Copa do Mundo, o ex-presidente acompanhou o empate por 1 a 1 com o Botafogo, neste domingo, e ressaltou que está atrás de outras fontes de receita para complementar o pagamento da Arena Corinthians – além dos naming rights, ainda em negociação, o responsável pelas obras busca fechar venda de camarotes e cessões de restaurantes no local.

– Estudos mostraram que o estádio se paga tranquilamente com uma ocupação de 30 mil a 35 mil pessoas. Se tivermos 20 mil por jogo, temos de pagar com outras fontes de receita. Temos R$ 100 milhões só de juros por causa da demora na liberação das verbas. É algo que nem deveria ter acontecido – ressaltou Andrés.

O ex-presidente também admitiu o atraso para fechar os naming rights. Andrés viajou para os Emirados Árabes Unidos no início do mês, mas voltou sem definição.

– Não dá para ser hipócrita e dizer que não estamos atrasados, porque estamos. Era para ter fechado há um ano e meio, mas logo fecharemos. Aqui é complicado, questão de costume, e por isso está demorando um pouco mais – destacou Andrés Sanchez.

O ex-presidente diz contar os dias para o fim da Copa do Mundo, quando a operação do estádio volta para as mãos do Corinthians. Neste domingo, o jogo teve “padrão Fifa” e foi totalmente conduzido pela entidade, sem a presença de funcionários do clube na parte de logística.

– Essa história de padrão Fifa é uma tremenda bobagem. Eles só querem estádios para ter jogo da Copa. O que terá dentro dele, nós é que decidimos – disse.

Após a Copa, vários setores vão passar por mudanças, principalmente o Oeste, o de ingressos mais caros. O Corinthians vai dar acabamento luxuoso a áreas hoje mais simples, de exigência da Fifa, e realocar a imprensa em outro setor.

As arquibancadas provisórias também vão sair, mas não há previsão da data – o clube pode mantê-las por mais alguns meses, se a procura por ingressos for alta.