Marcelinho Carioca já começou até a imaginar como seria um busto seu no Parque São Jorge. Sonhou com uma representação mais magra do que a sua forma atual e disse ter chorado ao conversar com a diretoria do Corinthians sobre a homenagem. O clube, no entanto, ainda pode frustrar os planos do ídolo
.Questionado pela Gazeta Esportiva sobre a criação de um busto para Marcelinho, o diretor cultural Flávio Ferrari Júnior coçou a cabeça e não mostrou a mesma certeza do ex-jogador. “É... Não”, disse, inicialmente. “Já falei isso para o Marcelo e volto a repetir: todas as decisões são tomadas em conjunto por nós. Por mim, eu até faria o busto dele. Mas tenho que colocar isso sob a avaliação de toda a diretoria e do presidente”, completou.
O desejo de Marcelinho de ganhar uma estátua na sede social do Corinthians foi alimentado porque o clube fez essa homenagem para Roberto Rivellino, ídolo de infância do presidente Mário Gobbi, no último sábado. Antes, o Parque São Jorge recebera bustos de Neco, Luizinho, Baltazar, Cláudio e, mais recentemente, Sócrates.
Com o estigma de jamais ter conquistado um título relevante pelo Corinthians, Rivellino chorou copiosamente (“como uma criança”, nas palavras de Flávio Ferrari Júnior) quando viu o seu busto pela primeira vez, na sala de Mário Gobbi. Campeão mundial,
bicampeão brasileiro, tetracampeão paulista e vencedor da Copa do Brasil pelo clube, Marcelinho declarou ter ficado tocado com a cena e passou a pensar em como reagiria quando fosse a sua vez.
“Eu sei, eu sei, eu sei”, sorriu Ferrari, ao ser lembrado que Marcelinho Carioca já concede entrevistas como se o sétimo busto de um ex-jogador na sede social corintiana fosse uma certeza.
“Mas, enquanto não houver a aprovação de todos, não posso falar dia, hora nem nada. Conversei com o Marcelinho e com o presidente. Só que ainda não temos uma avaliação. Não se trata de um ato único e isolado da minha parte. É uma grande decisão”, acrescentou.
O artista responsável por retratar Rivellino em um busto foi Edu Santos, que também esculpiu uma estátua de Zico para a Gávea. “O Marcelinho? Não estou sabendo de nada. Não foi cogitado isso comigo”, comentou, surpreso. “Mas, se o Corinthians precisar de mim para isso, pode ter certeza de que estarei à disposição e farei o máximo para agradar a todos”, prometeu o escultor.
O autor do segundo gol de Itaquera
No último dia 10, o Corinthians inaugurou oficialmente a sua arena em Itaquera, na Zona Leste de São Paulo, com seis partidas amistosas entre mais de 100 ex-jogadores. O autor do primeiro gol foi Roberto Rivellino, combinando com o goleiro Ronaldo o canto da cobrança de um pênalti.
Marcelinho Carioca foi o segundo a balançar a rede. O especialista em bolas paradas bateu uma falta e sacolejou os braços para comemorar ao seu estilo, sendo ovacionado pelo público presente no novo estádio. A meta agora é seguir Rivellino não somente com um gol em Itaquera, mas também com um busto no Parque São Jorge.