O Corinthians inaugurou no último domingo (18) seu estádio depois de 104 anos de muita espera e expectativa dos torcedores. A luxuosa arena corinthiana foi erguida no bairro de Itaquera, zona leste. Com muita modernidade o estádio que exagera no “padrão FIFA”, conta com banheiros com acabamento em mármore, telão externo gigante, iluminação invocada e muitas outras coisas que o dinheiro pode comprar. E comprou. O investimento para erguer esse sonho alvinegro foi de mais de 1 bilhão de reais, boa parte financiada pelo BNDES, outra bancada pela construtora.

Tudo certo, estádio pronto, jogo marcado, ingressos à venda… e preços baixos, certo? Errado. O torcedor que quisesse ver o jogo histórico teria que desembolsar no mínimo 50 reais (sócios-torcedores conseguiram um desconto nesse valor, mas apenas para esse setor), os outros ingressos variavam de 80 até 400 reais nas poltronas VIPs. Um preço salgado que o torcedor mais humilde, identificado com o clube não esperava.

OK, natural que uma inauguração seja com preços altos, mas isso tende a se manter por um simples detalhe: O estádio foi caro, muito caro.

O Corinthians estima 8 anos de receitas quase totais para aliviar a dívida da nova arena, ou seja, o ingresso não tende a baixar e o clube busca faturar boladas em todo jogo, como os R$ 3.029.801,70, arrecadação recorde da história do clube. O que vale observar é se o torcedor irá se acostumar com esses preços salgados e irá lotar a arena em todas as partidas. Torcedor esse que não gostou do valor das entradas da estreia, sobrando até para o ex-presidente corinthiano Andrés Sanchez que ouviu gritos de “ei Andrés, aqui não tem burguês” de alguns torcedores membros de organizadas.

Além desse fato, outra coisa que chama atenção é a expulsão de alguns fãs do clube dos arredores do estádio, por parte da Polícia Militar.

Esses torcedores se esforçavam para ver o jogo em um dos telões instalados nos cantos do estádio, e foram retirados da área sem alarde pela PM. Ora, não é culpa dos torcedores que pode-se ver de fora, e ainda se fosse o campo, valeriam as justificativas de “eles não pagaram…” mas ver pelo telão não causa problemas, principalmente para aqueles que só queriam participar da festa de alguma forma, já que nem todos conseguem pagar 50 reais para duas horas de futebol.

Talvez os clubes estejam adequando até os seus preços ao (caro) padrão FIFA.