17/5/2014 08:12
Ex-palmeirense, Élton diz em Maceió que se apaixonou pelo Corinthians
Revelado pelo Timão, meia-atacante disputa atualmente o campeonato saudita
O campeonato saudita chegou ao fim em abril e o meia-atacante Élton, ex-Corinthians, está de volta ao Brasil. Para ficar mais perto da família, ele deixou a pacata Al-Hasa, rica em petróleo e grande exortadora de arroz, com destino a Maceió. Uma temporada fora de casa é suficiente para esquecer o trânsito, o custo de vida e a mudança de temperatura da capital alagoana, mas não do Corinthians, clube do coração do alagoano.
Élton tem uma longa história no Timão. Ele chegou ao Parque São Jorge ainda garoto após se destacar na base do Juventus-SP, e acabou ficando por sete temporadas. A carreira construída no clube não serviu apenas para construir amizades. Na infância, Élton não esconde que costumava vestir verde e branco. Os planos mudaram quando pisar no gramado do Pacaembu se tornou uma constante.
- Antes de eu ir para o Corinthians, eu era palmeirense fanático, mas depois que fui para o Timão e senti o calor daquela torcida não teve outra: tive que virar corintiano – revela o meia, que não admite espaço para outro clube.
- Hoje, sou corintiano fanático e não mudarei nunca.
Fora do Timão desde 2007, Élton olha para o passado e lembra dos momentos no clube. O meia surgiu como uma das promessas de sua geração e, no seu sexto ano na Arábia Saudita, admite acompanhar pouco o futebol brasileiro. Mesmo assim, não fica em cima do muro e coloca o Corinthians entre os favoritos ao título da Série A.
- Acho que pode [brigar pelo título]. O campeonato começou agora, não estou acompanhando direito, mas está muito recente. Acho que tem muita coisa pela frente, são muitos jogos e o Corinthians com certeza vai brigar pelo título.
Se não costuma assistir aos jogos do Brasileirão, com a Copa do Mundo não será diferente. Elton deve se reapresentar ao Al Fateh em junho para o início da pré-temporada, mas garante que a torcida para a Seleção será dobrada. Isso porque Willian e Jô, companheiros nas divisões de base do Timão, estão entre os 23 convocados por Felipão.
Vi a lista e tenho certeza que o Felipão chamou os melhores. Tenho amigos que foram convocados, como o Willian e o Jô. Jogamos juntos no Corinthians e fiquei muito feliz. Vou estar acompanhado a Copa na Arábia e estarei na torcida. O Brasil tem tudo para ser campeão do mundo no nosso país. Vai ser muito bom para a gente.
Para Élton, o meia-atacante Willian, do Chelsea, merece a convocação pela história de vida e porque, desde pequeno, se destacava entre a garotada.
- Merece pela história de vida dele, pela família dele, conheço o pai dele que sempre foi um incentivador. O Willian sempre foi bom, desde a base, também arrebentou no profissionais, foi para a Ucrânia e só faltava essa oportunidade. Agora está em um time grande que todo mundo conhece e todo mundo vê. Para a Seleção foi um pulo. Tinha certeza que ele seria convocado porque nas vezes anteriores ele tinha ido muito bem. Tenho muito orgulho de ter jogado com ele e com o Jô, que também é um grande amigo.
VIDA NA ARÁBIA E CASO JOBSON
Os primeiros passos na Ásia não foram fáceis. Após seis anos, Élton diz que se comunica bem em inglês, mas tem dificuldade e arranha o árabe. No início, o meia estranhava o papel do tradutor nas instruções dadas pelos treinadores, que são, em geral, da região.
Segundo o alagoano, os árabes priorizam a parte técnica e o futebol no país tem evoluído, formando uma base sólida para a seleção nacional.
- Já vai fazer seis anos que estou na Arábia. O futebol lá não é muito diferente, mas também não é do mesmo nível. O brasileiro tem um dos mais altos do mundo. Mas lá há bons jogadores, a seleção é muito boa, não vem para a Copa mas tem bons jogadores. O estilo de jogo lá é adotar jogar com habilidade e rapidez, não é de muita força. [O futebol] Está desenvolvendo.
Os jogadores brasileiros são os mais procurados entre os sul-americanos. O meia-atacante Thiago Neves lidera a lista dos destaques, seguido por Jobson, que defendeu o Al Ittihad na última temporada e quer encerrar o contrato de empréstimo com o clube. O atacante ex-Botafogo começou bem, mas foi afastado inicialmente por disciplina e os árabes tentaram convencê-lo a abrir mão do salário para que pudesse deixar o país.
Élton conheceu Jobson quando Al Fateh e Al Ittihad se enfrentaram na final da Supercopa. O meia diz ter conversado com companheiros de equipe do atacante, que ratificam a versão do Comitê Antidoping da Arábia Saudita sobre a suposta recusa do ex-jogador do Botafogo em realizar o exame.
Eu não estava por dentro, vi mais pela imprensa e de alguns amigos que jogam no clube dele e a gente sempre está se falando. O que eu sei é que o pessoal do doping foi ao Al-Ittihad para fazer o exame e ele não quis. Foram quatro vezes e ele não compareceu ao treinamento. Aí deu uma confusão porque ele filmou uma conversa do príncipe na internet, mas acho que já está tudo resolvido.
O Al Fateh levou a melhor sobre o Al Ittihad no início da temporada, e as premiações em caso de título, segundo Élton, confirmam a “generosidade” dos príncipes. Os árabes não pensam duas vezes antes de despejar a fortuna do petróleo nos clubes.
- Sempre tem [bicho]. Ano passado, quando fomos campeões [do Campeonato Saudita], o príncipe do clube deu um carro para cada jogador e uma premiação muito alta. Foi um ano muito bom. Eu nem mexi no meu salário. Dava para viver tranquilo só com premiação e bônus – brincou.
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