A eliminação do Corinthians na fase preliminar da Taça Libertadores de 2011, diante do Tolima, mexeu com o elenco do clube, que perdeu alguns jogadores que não imaginavam que a equipe daria a volta por cima e seria campeã brasileira meses depois, além de conquistar a América e o Mundo no ano seguinte.
Jucilei foi um dos atletas negociados em fevereiro de 2011 e ficou fora do processo de reerguimento do Timão. Mas o que poderia ser motivo de arrependimento foi, para o volante, uma escolha acertada. Jucilei garante que nunca sofreu por não ter feito parte do grupo que entrou para a história do clube, levando em conta o "pé de meia" que começou a construir com a saída para o Anzhi.
- Eu acho que fiz a opção certa. Não me arrependo de nada que fiz. Era o momento de sair, e a proposta foi boa para as duas partes. Não ganhei os títulos, mas fiz meu trabalho. O negócio é você estar bem estruturado, com dinheiro na conta, e sua família estar bem. Sei que título é bom, mas quando veio a proposta do Anzhi, não pude recusar. A oportunidade é uma só. Tenho que fazer meu pé de meia, tenho dois filhos - disse o jogador ao GloboEsporte.com, revelando que teve propostas de Napoli e Fulham na época, mas optou pelas vantagens financeiras do Anzhi.
A saída de Jucilei do futebol brasileiro não apenas o privou de conquistar títulos históricos pelo Corinthians, mas também representou o fim de seu sonho de continuar na seleção brasileira, na época comandada por Mano Menezes. Ao rumar para o futebol russo, o volante acabou deixando a vitrine nacional, depois de ter sido chamado pelo técnico em duas oportunidades em 2010 - o que não o preocupou muito, uma vez que só foi escalado duas vezes a minutos do fim.
- Seleção é o sonho de todo mundo, mas temos que pensar no financeiro, senão acaba a carreira e já viu. E eu não tive oportunidade de mostrar potencial na Seleção. Como vou mostrar em cinco minutos, como foi contra EUA e Argentina?. Todos os outros convocados tiveram chance de mostrar serviço, mas eu não - lamentou o volante, que entrou em campo contra os norte-americanos aos 45 minutos do segundo tempo e, contra os argentinos, aos 40 da etapa final, em agosto e novembro de 2010, respectivamente.
Volante treina na Seleção: duas convocações em 2010 e poucos minutos em campo
Com a crise do Anzhi, que decidiu se livrar de boa parte de seus jogadores por escolha do dono do clube, Suleyman Kerimov. Jucilei também deixou a Rússia no meio do ano passado e quase retornou para o Brasil, mas sua negociação com o São Paulo falhou. Então, novamente optou pelas vantagens financeiras do Al Jazira, dos Emirados Árabes. Mas no mundo árabe o jogador também encontrou um bom desafio em termos técnicos: a disputa da Liga dos Campeões da Ásia.
O Al Jazira está nas oitavas de final da competição e precisa de uma vitória fora de casa nesta terça-feira diante do Al Ain, também dos Emirados Árabes, para avançar às quartas, já que a primeira partida terminou com vitória adversária por 2 a 1.
- Acho que dá pra chegar até as finais. Acho que a gente tem time pra brigar, para chegar. Contra o Al Ain é um clássico, mas dá para chegar - disse o brasileiro, sem tirar os pés do chão ao falar sobre uma possível disputa do Mundial de Clubes.
Aos 26 anos, Jucilei se encontra adaptado ao futebol árabe e não tem entre seus planos um retorno para o Brasil por enquanto. O que consegue visualizar após sua passagem pelo Al Jazira é apenas uma troca por outras ligas da região, como a do Catar e da Arábia Saudita. Jogar novamente em seu país é apenas uma ideia para quando estiver veterano.
- Pretendo voltar, mas não agora. Só com uns 32, 33 anos. Pretendo ficar um bom tempo aqui. Se não acontecer nada por aqui, penso em voltar. Mas primeiro quero cumprir meu contrato, até junho de 2017. Depois, posso renovar, ir para outro time do Catar... Estou feliz aqui - encerrou.