O Pacaembu perdeu seu cliente mais fiel, mas nem por isso vai sair de cena. O Corinthians passará a usar a sua Arena a partir de maio, mas Palmeiras, São Paulo e Santos vão seguir movimentando o estádio. Mesmo com a diminuição do número de jogos no Paulo Machado de Carvalho, os planos são audaciosos: modernização, transformação em arena multiuso para que o local, alé de jogos de futebol, receba outros espetáculos esportivos.

A decisão sobre o futuro do estádio só deverá sair após a Copa. São três as possibilidades: realização de uma PPP (parceria público-privada), na qual o estado e um investidor dividiriam os custos da modernização e dividiriam as receitas; o estádio passar a ser de alguma empresa investidora. Caso nenhuma dê certo, o controle continuará sendo da Prefeitura de São Paulo. O orçamento para as obras de modernização está estimado entre R$ 300 milhões e R$ 350 milhões.

A agenda do estádio prevê cinco jogos dos grandes até o fim do primeiro semestre. Um do próprio Corinthians (seu estádio já estará entregue à Fifa para a realização da Copa do Mundo), dois do Palmeiras e dois do São Paulo. No segundo semestre, o Peixe tem quatro jogos marcados para o Pacaembu.

Com isso, segundo o secretário de Esportes de São Paulo, Celso Jatene, haverá vida para o tradicional estádio mesmo sem o Corinthians.

- O Pacaembu não vai se transformar em mico. Ele é um dos maiores patrimônios da nossa cidade. É a casa mais charmosa do futebol paulista e isso não vai mudar - afirmou.

O São Paulo, por exemplo, estuda transformar o Pacaembu em sua casa a partir do segundo semestre de 2015.

Isso porque o presidente Carlos Miguel Aidar irá mudar o estatuto do clube para tentar aprovar a obra da cobertura do Morumbi, que deve durar 18 meses. Desses, o estádio tricolor ficará fechado em oito.

- Vamos tentar definir essa questão da cobertura. Quando o Morumbi tiver de fechar, o Pacaembu é interessante. É um local que o torcedor do São Paulo gosta bastante - ressaltou o dirigente.
O Palmeiras, até a inauguração do seu estádio, continuará jogando no Paulo Machado de Carvalho. E repetirá a dose quando a Allianz Parque for palco de shows. Jatene ainda lembra que, caso a modernização do Pacaembu seja feita, será possível planejar outros eventos.
- Podemos realizar um torneio de tênis, uma luta de UFC... - disse.

Vale lembrar que, desde 2005, há uma liminar que proíbe a realização de eventos não desportivos no Pacaembu e na Praça Charles Muller. Esse caso chegou ao Supremo Tribunal Federal, em Brasília e, dentro de um futuro próximo, questão terá um desfecho.
Prejuízo anual e estádio ultrapassado
Segundo Celso Jatene, para que possa ser bem utilizado, inclusive para outros eventos, as obras são necessárias. Ele explica que o estádio está ultrapassado.

- Existem alguns problemas provocados pelo tempo de uso. Não há banheiros suficientes e, os que existem, não são de qualidade. Por isso, você vê os banheiros químicos em todas as partidas. Além do mais, o estádio ainda conta com arquibancadas. É preciso que, se não tem padrão Fifa, possamos pelo menos fazer algo com o padrão Conmebol. E isso custa caro - explicou.

No ano passado, o Pacaembu recebeu 70 partidas. Quando a partida é realizada à tarde, o mandante paga 12% do valor da renda, com valor máximo de R$ 61.800,00. Caso o duelo seja à noite, a porcentagem sobe para 15%, com teto de R$ 74 mil.

Entre o que paga e o que arrecada, o estádio acumulou prejuízo de R$ 1 milhão na última temporada. Ainda não existe uma estimativa de quanto o estádio poderia render caso seja modernizado.


Santistas verão o Peixe quatro vezes no Pacaembu no segundo semestre