Após as polêmicas declarações de Emerson Sheik sobre o técnico Mano Menezes, o treinador do Corinthians chegou a dizer que não estava preocupado com a opinião do atacante, mas as palavras do jogador não foram vistas com indiferença pelo treinador. Em entrevista ao "SporTV News", Mano lembrou a própria saída da seleção brasileira ao falar sobre o assunto e criticou a atitude de Sheik, especialmente por ter dado as declarações após deixar o Timão para defender o Botafogo (assista ao vídeo).

- Vejo com tristeza isso no futebol. Não acho nada ético um profissional sair e depois que sair falar. Minha postura tem sido assim, não estou querendo que os outros tenham uma postura que eu não tenho. Nos últimos anos, saí de vários lugares, saí do lugar maior de todos, que é a seleção brasileira e vocês não me viram fazendo declarações sobre o que vivenciei lá, que baixassem o nível da discussão do futebol. Nós temos que cuidar para não baixar - disse o técnico, demitido da Seleção no final de 2012.

Em entrevista ao Esporte Espetacular, da TV Globo, o ex-atacante do Corinthians criticou Mano e chegou a dizer que atravessaria a rua para não ter de cruzar com o técnico. Ao comentar a questão, o treinador disse que jamais mudaria a postura para agradar jogador.

- Cada vez mais os atletas estão se sentindo donos das situações e está ficando muito difícil para quem assume o trabalho e quer fazê-lo de forma correta. Se nós aumentarmos muito o número de concessões, vamos chegar em um nível em que o futebol vai ficar ainda pior - disse.

Sem citar o nome de Emerson, mas dentro do mesmo contexto, Mano Menezes reclamou dos jogadores que querem treinar pouco e jogar muito.
- Temos a intensidade do treino no dia a dia, não é possível jogar com intensidade alta no jogo se não treinar com intensidade alta no dia a dia.

ocê não pode conceder certas coisas, de fazer como todos querem para ser o bonzinho, o profissional que agrada a todos e, como ouvi esses dias, que o "treinador precisa ganhar o grupo". Penso que está na hora de os atletas assumirem sua responsabilidade e também serem cobrados por tudo o que eles têm de valorização no futebol.

Não é só recair sobre os técnicos de futebol, que hoje viraram o grande vilão da história - afirmou.
Questionado sobre o caso específico de Emerson e se Sheik não se empenhava nos treinos, Mano disse que estava falando de forma generalizada.
- Não acho nada sobre o Emerson, estou falando sobre futebol - completou.