A atitude de Daniel Alves, que comeu uma banana no jogo do Barça contra o Villarreal, repercutiu em todo universo futebolístico. No Brasil não foi diferente. O zagueiro
Antônio Carlos, do São Paulo, pediu que os clubes sejam punidos com portões fechados em casos de racismo.
Elias, reforço do Corinthians, lembrou episódio doloroso que passou também na Espanha, quando defendia o Atlético de Madrid, em 2011
- Só quem já sofreu com isso sabe o quanto dói. Já sofri na Espanha. Foi fora do jogo, quanto estávamos saindo do estádio, no clássico contra o Real Madrid. A torcida começou a me chamar de "mono" (tradução em espanhol para macaco). Não só a mim, mas outros negros da minha equipe como o Perea. E foi muito doloroso para mim. Espero que a atitude do Daniel Alves seja como um tapa na cara desses racistas - afirmou.
Daniel Alves come banana jogada no campo por torcedor do Villarreal (Foto: Reprodução)
O zagueiro Antônio Carlos, do São Paulo, também lamentou a existência de casos de racismo e sugeriu que os clubes dos torcedores racistas sejam punidos jogando com portões fechados. No caso da Espanha, o Villarreal se antecipou e, antes da federação espanhola se pronunciar, proibiu de forma definitiva que o torcedor racista volte a frequentar o estádio El Madrigal.
- É triste. Não pode mais esperar. Todo mundo acha que tem várias formas de resolver a situação. Eu só vejo uma: o time jogar sem torcida. Assim, perde consideravelmente na receita do clube. Todo mundo vai pagar o pato por algo que um torcedor fez, mas é complicado. Todo mundo fica nessa de "racismo não", mas vem acontecendo outros casos. A gente fica triste, não temos nem palavras. Aqui no Brasil, acredito que todo mundo tenha um amigo mais escuro, outro mais claro. E todo mundo se gosta, no estádio é uma coisa de união, de paz. Tomara que façam algo para acabar com isso - desabafou o zagueiro tricolor.
Neste último domingo, no empate por 2 a 2 contra o Internacional no Maracanã, o departamento de marketing do Botafogo lançou uma campanha contra o racismo. A camisa alvinegra utilizada no primeiro tempo estava com as listras invertidas. O goleiro
Jeffersonparabenizou não apenas a iniciativa do clube que defende, mas também a de Daniel Alves, na Espanha. O arqueiro da seleção brasileira também lembrou do
flamenguista que jogou uma garrafa d'água no campo do Mané Garrincha (e foi apontado pelos torcedores que estavam em volta) para pedir que as pessoas ajudem denunciando quando alguém cometer um ato racista em um estádio de futebol.
- Tenho que dar os parabéns ao marketing do Botafogo, pela iniciativa, por ter abraçado essa causa do racismo. Eu, particularmente, não percebi a olho nu. Mostraram na sala da comissão técnica e ninguém percebeu. Mas realmente, o impacto foi muito grande. Quando acontecer isso com racismo, as próprias pessoas em volta têm que denunciar. Não adianta somente os jogadores e a imprensa se conscientizarem que o racismo é errado, se as próprias pessoas em volta derem apoio a essa minoria que está entrando no estádio e querendo aparecer - disse Jefferson.