Mano Menezes, desde o começo do ano, colocou para a diretoria do Corinthians a grande vontade de contar com Elias. Ídolo, experiente, referência e liderança em campo… São vários os motivos para investir 4 milhões de euros (cerca de R$ 12 milhões) no volante de 28 anos. Mas está também na parte tática uma das maiores necessidades de ter “um Elias” em uma equipe de futebol.
Com o camisa 7, o comandante alvinegro voltará a ter uma rápida transição de bola para o ataque, coisa que não se via no Parque São Jorge desde a saída de Paulinho para o Tottenham (ING). No futebol moderno, é mais que necessário ter um motorzinho no meio de campo que, além de gás para levar a bola em velocidade para o setor ofensivo, tenha qualidade técnica para passar e criar jogadas.
O grande dilema de Mano, no entanto, está na hora de escolher quem vai deixar os 11 titulares. Guilherme, companheiro de Ralf à frente da área, é o grande favorito para rodar. Longe de ser mau jogador, o camisa 19 teve boas atuações desde a saída de Paulinho. Mesmo assim, não dá o dinamismo que a equipe tanto precisa e estava acostumada. Muitas vezes é Ralf que carrega a bola até os atacantes. Sem grande qualidade no passe, o camisa 5 acaba se atrapalhando no círculo central e mata as jogadas de ataque.
O 4-3-3 de Mano Menezes não precisará ser desfeito. Nas setas pontilhadas, os jogadores da defesa procurando Elias no passe. Em vermelho, a movimentação do volante. O restante das setas mostra a movimentação do restante do time.
Renato Augusto, o terceiro homem do meio de campo no esquema tático 4-3-3, que já tem até migrado naturalmente para o 4-2-3-1 em algumas oportunidades, também precisará, mais do que nunca, ter um papel defensivo mais determinante. Com Ralf deslocado para a direita e cobrindo as subidas de Fagner – Fábio Santos fica mais preso -, Elias terá espaço para ser o famoso elemento surpresa. E quando isso acontecer, o meia vai ter que fechar os espaços por ali e, principalmente, acelerar a recomposição defensiva sem a bola.
Desde a chegada de Jadson, Mano sempre afirmou que sua equipe ganhou mais dinâmica no meio. Agora além das movimentações de Romarinho e Luciano – atuais titulares – o camisa 10 também terá as ultrapassagens de Elias para enfiar bolas. O dinamismo do Corinthians aumentará com um jogador que marca, passa, arranca e ainda finaliza com qualidade.
Com hexágono deixado de lado, já que a formação com Ralf na cabeça de área e a dupla de volantes Guilherme e Bruno Henrique à frente não está sendo mais usada, Mano também terá opções de fazer algumas variações táticas sem mesmo mudar as peças. Além do 4-3-3 e do 4-2-3-1, o treinador poderá apostar em um 4-2-2-2 na hora de atacar e manter o 4-1-4-1 sem a bola, como fez na reta final do Paulistão-2014.
Em um 4-2-2-2, Mano terá Renato Augusto enconstando ainda mais no ataque e no próprio Jadson
Outra opção, em caso de partidas mais difíceis ou mesmo atuando fora de casa, o técnico pode simplesmente sacar Renato Augusto e colocar Guilherme/Bruno Henrique, voltando a desenhar um triângulo defensivo na frente da área. No banco, Mano ainda terá Guerrero, Uendel, Danilo e o jovem Malcom, que podem mudar o jeito da equipe alvinegra jogar. Fora que Elias pode atuar até como um terceiro homem do meio-campo, como fez por muitas vezes no Flamengo.
A chegada de Elias deve dar um outro rumo tático ao Corinthians. Além disso, qualifica o elenco e aumenta ainda mais as opções de Mano Menezes para a sequência de 2014. Com mais um ou dois atacantes, o treinador alvinegro não terá mais desculpas para não conseguir pelo menos uma vaguinha para a Libertadores-2015.