Pela primeira vez, mais da metade da população brasileira demonstra pessimismo em relação os efeitos da Copa do Mundo para o país, segundo pesquisa do instituto Datafolha, publicada no jornal "Folha de S. Paulo" nesta terça-feira. Pelo levantamento, 55% dos entrevistados acreditam que o evento trará mais prejuízos do que ganhos para o Brasil.

A pesquisa foi realizada entre os dias 2 e 3 de abril, em 162 cidades, consultando 2.637 pessoas. Realizado desde 2008, o estudo mostra que o número de pessoas contrárias à realização do Mundial no Brasil cresceu significativamente desde então: de 10% em novembro de 2008 para 41% atualmente.

A pouco mais de dois meses do evento, apenas 48% são favoráveis à realização do torneio. Em 2008, esse número era de 79%.

- Ela (a parcela de 41%) é contra por entender que a Copa não vai trazer os benefícios que se prometiam. A gente lembra que Ricardo Teixeira prometeu que não haveria dinheiro público, e é o que há. Já se está em R$ 8 bilhões em gasto com estádios. Não é que não querem jogo - analisou o jornalista André Rizek, apresentador do "Redação SporTV".

A pesquisa ainda revelou que os habitantes da região Nordeste são mais otimistas em relação à Copa do que os moradores do Sul e Sudeste. Com quatro sedes do Mundial - Salvador, Recife, Natal e Fortaleza - a região possui 50% dos entrevistados confiantes de que o evento trará mais benefícios do que prejuízos, contra a média nacional de 36%.

O levantamento aponta uma mudança de rumo na percepção geral sobre a Copa, já que em 2013 a situação era equilibrada, com 44% afirmando que o prejuízo seria maior, contra 48% de otimistas.
O pontapé inicial do Mundial acontece no dia 12 de junho, com o duelo entre Brasil e Croácia, em São Paulo.