Em nota, a Odebrecht Infraestrutura, responsável pela obra da Arena Corinthians, rebateu a informação de que o afundamento de solo foi o motivo da queda de um guindaste, matando dois operários, em 27 de novembro do ano passado. Essa havia sido a conclusão de um estudo realizado pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, encomendado pela Liebherr, construtora do guindaste, e publicado nesta sexta-feira pela Folha de S. Paulo.
Na nota à imprensa, a Odebrecht diz que "o solo que sustentava o guindaste acidentado possuía todas as condições técnicas para suportar o peso da máquina, não havendo relação entre a condição do solo e o acidente".
A construtora afirma "não ter conhecimento sobre o laudo contratado pela empresa fabricante do equipamento acidentado, - que jamais apresentou os dados da caixa preta do equipamento-, e esclarece novamente que dispõe de estudos que confirmam a adequação do solo às operações de deslocamento e içamento realizadas pelo guindaste".
Acidente no dia 27 de novembro do ano passado provocou a morte de dois operários (Foto: Leandro Canônico)
Relembre o acidente
Por volta das 12h do dia 27 de novembro de 2013, o guindaste que fazia a instalação do último módulo da cobertura metálica da arquibancada leste do estádio do Timão cedeu e provocou grave acidente. A peça, que custava em torno de R$ 40 milhões, teve perda total e virou sucata.
Segundo a análise da universidade, feita nos seis pontos onde as esteiras do guindaste estavam apoiadas, o solo era muito mais mole do que deveria ser. A medida ideal do terreno para a colocação do guindaste é de 80%. O número na Arena Corinthians era muito baixo: 13%. Em outro critério de avaliação, as medidas do solo deram 6,3, quando o ideal é 10.
O estudo da UFRJ será colocado em meio ao processo de investigação. Estão em análise erro humano e também possível falha no próprio guindaste.