Convocado para a reunião do Conselho Deliberativo do Corinthians na noite da última segunda-feira, o ex-presidente Andrés Sanchez explicou detalhes do planejamento financeiro da Arena Corinthians. O novo estádio, cujo o custo final foi avaliado em R$ 1,150 bilhão (com juros contabilizados), poderá ser pago em até 12 anos. A expectativa corintiana é quitar o valor em até sete anos.

Com o valor total de face dos CIDs (Certificados de Incentivo ao Desenvolvimento) avaliados em R$ 420 milhões, resta ao Fundo de Investimento do estádio, o qual o clube faz parte ao lado da construtora Odebrecht, arcar com R$ 730 milhões.

Como pagar? De acordo com os números apresentados por Andrés, a dívida poderá ser quitada usando apenas 55% da ocupação do próprio estádio durante os próximos 12 anos. O Corinthians joga, como mandante, em média, 38 a 40 partidas por ano.

As arquibancadas provisórias (20 mil lugares), inicialmente construídas para a Copa do Mundo, serão aproveitadas por mais 18 meses (com o clube pagando o aluguel delas). Sendo assim, a capacidade total do estádio vai pular de 48 para 68 mil lugares. Com 68 mil lugares à disposição (média de 55% de ocupação por jogo), a renda estimada é de quase R$ 4,5 milhões. Já com 48 mil lugares (também com média de 55% de ocupação), a renda cai para cerca de R$ 4 milhões.

As eventuais receitas com a venda dos naming rights, shows, publicidade estática, aluguel de camarotes e espaços comerciais, entre outros, não foram utilizadas por Andrés Sanchez nos cálculos para o pagamento da Arena Corinthians.

ESTRUTURAS TEMPORÁRIAS PARA A COPA DO MUNDO

A polêmica sobre o pagamento das estruturas provisórias para a Copa do Mundo (setores de imprensa, tecnologia, transmissão, voluntários e segurança), avaliadas em R$ 60 milhões, também foi tema do discurso de Andrés Sanchez. O dirigente voltou a garantir que o valor será pago pelo Fundo de Investimento. Corinthians e Odebrecht já estão atrás de parceiros comerciais.