É Alexandre Pato a grande esperança de Muricy Ramalho para a sequência da temporada, depois da queda logo nas quartas de final do Campeonato Paulista, competição em que o atacante vindo do Corinthians não pôde atuar em virtude do regulamento. A partir de agora, cercado de muita expectativa da torcida e também de seu treinador, ele será utilizado em todos os jogos da equipe.
Insatisfeito, técnico do São Paulo quer reforços "confiáveis" como os titulares
Na sexta-feira, ao analisar o jogador, que desde já está escalado como titular em 9 de abril (contra o CSA, pelo jogo de volta da primeira fase da Copa do Brasil, no Morumbi), Muricy mais uma vez só fez elogios, classificando-o como uma arma importante para as competições que virão pela frente - além do torneio mata-mata, também o Brasileiro.
"Ele é inteligente e arremata muito bem. Isso é importante, porque as equipes jogam muito fechadas, e ele bate duro na bola. É um trunfo para a gente", opinou.O chute de fora da área é o que o treinador esperava que fizesse o colombiano Dorlan Pabon, contratado por empréstimo do Valencia. No futebol espanhol, o atacante costumava fazer gols em finalizações de média distância. Também é algo pelo qual o meia Paulo Henrique Ganso sempre foi cobrado - e respondeu uma vez, no clássico contra o Corinthians, marcando um golaço.
Pato tem feito gols de todas as formas nos treinamentos. Mas, mesmo elogiando o ex-corintiano, Muricy prefere esperar seu desempenho em outros compromissos para valer.
"Treinamento é diferente, não existe aquele estresse, aquela cobrança. Fica uma coisa mais light. Tem que ver mesmo é no jogo. Ali existe cobrança, estresse. O que temos como base é o jogo que ele fez em Maceió, onde ele se portou bem, se mexeu bem, sem ter feito quase nenhum treinamento com o time", destacou.
Até o segundo duelo com o CSA, Pato e o restante do elenco terão mais de uma semana de trabalho, no CT da Barra Funda. O próximo está marcado para a manhã deste sábado. No dia seguinte, os jogadores ganham folga, com reapresentação marcada para a tarde de segunda-feira.
Três anos depois de voltar, Luis Fabiano ainda tenta ser herói
Cerca de 45 mil pessoas foram ao Morumbi, em 29 de março de 2011, para saudar a volta de Luis Fabiano do futebol europeu, convictas de que o atacante chegava para ser protagonista e ajudar o São Paulo a retomar o caminho vitorioso. Três anos mais tarde, após outra chance de título ficar pelo caminho, o próprio jogador reconhece que, nesse aspecto, ainda não alcançou o êxito esperado.
Luis Fabiano foi o artilheiro do time em 2012 e 2013 e está à frente neste quesito também em 2014, com início de temporada talvez mais promissor de todos. Mesmo assim, ainda é perseguido pelo estigma de se ausentar em confrontos decisivos. Na última quarta-feira, diante do Penapolense, ao menos converteu sua cobrança na disputa de pênaltis que eliminou o São Paulo. Mas, para alguns, poderia ter evitado a queda se tivesse balançado a rede adversária durante o tempo regulamentar.
"Minha história no São Paulo sempre foi essa, de amor e ódio. De um dia para o outro, você vai de herói a vilão. Sei lidar com isso e, até que não chegue o próximo jogo, vou ser o criticado do momento. Amanhã ou depois, faço um gol, ganho um jogo e tudo muda", diz.
A temporada atual, até aqui, apresenta-se como a mais promissora para Luis Fabiano confirmar a expectativa nele depositada em 2011, quando voltou ao clube após dez anos. O centroavante tem nove gols (quase a metade dos 22 marcados em 2013) e só ficou fora de dois compromissos - um por ter sido poupado, outro por estar suspenso. Situação bem diferente das que viveu nas primeiras campanhas desde seu retorno.
Em 2012, o goleador ficou fora da semifinal paulista, por ter recebido o terceiro cartão amarelo, e viu de fora a eliminação são-paulina frente ao Santos. No final do ano, um cartão vermelho o tirou da decisão da Copa Sul-americana, conquistada com vitória sobre o Tigre-ARG. Já em 2013, lesões e suspensões também foram motivos para que ele perdesse muitos jogos, inclusive na almejada Libertadores. Além disso, perdeu um pênalti na queda para o Corinthians, na semifinal do Estadual.
Seu retrospecto oscilante o tornou o principal alvo de críticas da maior torcida organizada do São Paulo, a qual só voltou a gritar "Luis Fabiano" na atual temporada. As pazes, porém, não significam muito para ele neste momento, em que o time coleciona mais uma eliminação em mata-mata, menos de quatro meses depois de ter caído na Sul-americana de 2013, para a Ponte Preta.
"Torcedor não se acostuma com fracasso, cobra muito para ver seu time vencendo. Infelizmente, às vezes, não temos condição de dar aquilo que o torcedor espera. Existe uma cobrança muito grande. Ele quer um desempenho melhor, e nós não conseguimos dar aquilo que esperavam", lamentou o camisa 9, que está a dois gols de igualar Teixerinha como o terceiro maior artilheiro do clube.