29/3/2014 07:32
Em meio a êxodo de craques, Itália vê Juventus aproveitar bem período de seca.
Clube de Turim gasta pouco para montar elenco em uma época na qual os grandes investimentos estão cada vez mais raros
Se muita gente considerava o Campeonato Italiano o mais forte do mundo durante a década de 1990, a situação mudou bastante nos últimos anos. Ao contrário do que ocorria no passado, os clubes do país têm sofrido bastante financeiramente e não conseguem mais manter muitos astros do futebol mundial em seus elencos. Os grandes investimentos em contratações de peso não fazem mais parte da realidade local. Nem mesmo para a Juventus, que tem se mostrado dominante em território nacional.
Atual bicampeão italiano e líder com folga do campeonato nesta temporada, o clube de Turim gastou muito pouco nos últimos anos para adquirir as peças que hoje são fundamentais para o elenco. No último ano, quando estava disposta a reforçar seu ataque, a Juventus foi atrás do argentino Carlos Tevez e do espanhol Fernando Llorente. Pagou 12 milhões de euros pelo primeiro, valor muito abaixo das principais transações do futebol europeu. Com o segundo, não gastou um centavo sequer, já que o jogador chegou após o término de contrato com o Athletic Bilbao.
Considerado um dos setores mais fortes da equipe, o meio de campo também foi formado com um investimento muito baixo. O experiente Andrea Pirlo, um dos principais nomes do futebol, e o jovem Paul Pogba, revelação francesa, também chegaram a Turim sem custos. Já o chileno Arturo Vidal foi contratado em 2011 por 10,5 milhões de euros.
Uma contratação que fugiu do padrão recente do futebol italiano foi a do atacante argentino Gonzalo Higuaín, que saiu do Real Madrid antes do início da atual temporada após o Napoli desembolsar cerca de 40 milhões de euros. O time do sul da Itália ainda gastou aproximadamente 23 milhões de euros para contratar dois espanhois: o defensor Raúl Albiol e o meia-atacante José Callejón. Mas esse investimento todo só foi possível graças à venda do atacante uruguaio Edinson Cavani ao PSG, por 64 milhões de euros.
Cavani não foi o único astro do futebol mundial que o Campeonato Italiano perdeu nos últimos anos. Um ano antes, também ao PSG, o Milan aceitou vender o atacante sueco Zlatan Ibrahimovic e o zagueiro brasileiro Thiago Silva pelo valor de 62 milhões de euros.
Na época, o presidente do clube milanista, Silvio Berlusconi, deixou bem claro que as finanças a transferência aconteceu por ordem financeira. "Sim, aceitamos vender os dois atletas. Assim, economizaremos 150 milhões de euros (R$ 373 milhões) nas próximas duas temporadas", disse.
Não é só o êxodo de grandes jogadores que tem evidenciado a queda do nível do Campeonato Italiano nos últimos anos. Um sinal ainda mais claro disso é perda da terceira posição do rankind da Uefa para o Campeonato Alemão, o que acabou custando uma vaga na Liga dos Campeões. Agora, ao invés de quatro representantes por edição, o futebol italiano tem o direito de enviar apenas três ao torneio continental.
Outro indicador é o fato de o país não ter nenhum representante nas oitavas de final da Liga dos Campeões neste ano. Apesar de reinar absoluta em território nacional, a Juventus não conseguiu passar da fase de grupos. O Napoli também não. O Milan até chegou às oitavas de final, mas não resistiu ao Atlético de Madri e foi eliminado pelos espanhóis após duas derrotas.
"O momento é de reformulação, precisa de tempo", disse o atacante Thiago Ribeiro, que atuou na Itália pelo Cagliari antes de chegar ao Santos, em entrevista ao iG em outubro de 2013. "Não é do dia para a noite que as coisas vão mudar. Vi alguns jovens jogadores muito bons, mas precisa ter paciência. Não é imediatamente que vai aparecer um novo Del Piero ou um novo Totti. Os times que estão com dificuldade primeiro devem não gastar mais do que podem. As vezes, a solução está em casa, mesmo."
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4842 visitas - Fonte: iG São Paulo
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