O técnico Muricy Ramalho atribuiu a eliminação do São Paulo do Campeonato Paulista para o Penapolense dizendo mais de uma vez que “faltou futebol”. Com problemas de criação e mal coletivamente, o treinador também lamentou que nenhum dos craques da equipe, como Paulo Henrique Ganso e Luis Fabiano, tenha conseguido brilhar individualmente.

Diante da dificuldade mostrada pela equipe em furar a retranca do time do interior, muitas vezes por causa da lentidão na transição entre o ataque e a defesa, o iG Esporte analisa as falhas individuais que fizeram o São Paulo ser surpreendido pela zebra em pleno Morumbi e, após empate por 0 a 0, perder por 5 a 4 nos pênaltis, dando adeus ao estadual.

Osvaldo e Pabón
Muito acionado no primeiro tempo, as jogadas de velocidade com Osvaldo pela esquerda raramente deram em alguma coisa. Quando passava pelo adversário, o atacante cruzava para ninguém. Quando se enrolava na marcação, voltava o lance e dava tempo para a defesa do Penapolense se recompor. Desta forma, a bola não chegou redonda nenhuma vez para o centroavante Luis Fabiano.

Pela direita, Pabón esteve tímido e não conseguiu usar as tabelas com Douglas para levar vantagem sobre os zagueiros adversários. Como aconteceu também na esquerda, a lentidão facilitou a vida dos defensores. Foi substituído no segundo tempo, dando lugar a um também inoperante Ademilson.

Paulo Henrique Ganso
Principal homem da criação, o camisa 10 mostrou que ainda vive de lampejos, como o da vitória sobre o Corinthians na primeira fase. Lento, não conseguiu dar dinâmica ao time são-paulino, o deixando previsível na hora de tentar furar a retranca adversária. Não colocou os companheiros na cara do gol nenhuma vez e teve em seus pés a única oportunidade mais clara de marcar, ainda no primeiro tempo. Na disputa de pênaltis, o árbitro limpou sua barra ao mandá-lo repetir a cobrança defendida por Samuel. Converteu na segunda tentativa.

“O que a gente tinha melhorado no setor de criação, faltou”, resumiu Muricy.

Luis Fabiano
A bola não chegou, mas o atacante também não buscou. A pouca movimentação tornou o camisa 9 do São Paulo presa fácil para a defesa do Penapolense. Na possível única chance que teria de sair cara a cara com o goleiro Samuel, teve impedimento mal assinalado pela arbitragem. Nervoso, fez falta dura, discutiu com adversários e tomou cartão amarelo. Do mais, não mostrou a mesma vontade dos jogos contra Santos e Corinthians, tão elogiados por Muricy Ramalho.

Rodrigo Caio
O Penapolense passou a maior parte da partida se defendendo, mas quando foi ao ataque assustou. O zagueiro teve trabalho para segurar Petros, meia do Penapolense, no segundo tempo. Para piorar, seu pênalti perdido foi determinante para a eliminação são-paulina.

Souza
Se recuperando de lesão no joelho direito, o volante nem esteve em campo, mas sua ausência foi sentida. De acordo com Muricy, “ele estava em um momento muito bom, se entrosando demais com Maicon e Ganso e sai para o jogo. Isso faz a diferença hoje, os volantes são os que armam”.

Coincidentemente, a última grande atuação do São Paulo foi a última com Souza em campo, diante do Corinthians. Depois disso, o time ganhou sem brilho do CSA-AL pela Copa do Brasil, perdeu para o Ituano no Morumbi e, com reservas, bateu o Botafogo-SP fora de casa.

Falta de peças de reposição
A entrada de Ademilson no lugar de Pabón foi a única substituição de Muricy Ramalho nos 90 minutos do empate sem gols com o Penapolense. Tendo o São Paulo a obrigação de ir para cima e vencer, isso mostra que o elenco ainda é frágil. As outras opções eram Paulo Miranda, Luis Ricardo, Reinaldo, Lucas Evangelista, Ewandro e o goleiro Denis.

Para o Brasileirão, o técnico já deu seu recado: “Precisamos ter um elenco maior e melhor”.