22/3/2014 11:28

Mano Menezes "FALA MUITO" e coleciona inimizades no Futebol.

Mano sempre foi bem em entrevistas, mas coleciona desafetos por não ser politicamente correto

Mano Menezes
A ascensão meteórica até a seleção, o estilo pausado e estudado de falar e a boa relação com a imprensa colaram em Mano Menezes o rótulo de 'bom de mídia'. O cuidado com a imagem, porém, está longe de ser perfeito. Apesar de toda a preocupação com o que transmite ao público, o técnico extrapola diante dos microfones e coleciona inimizades no futebol.

A última delas foi com o rival São Paulo. 'Cada um sabe qual consciência põe no travesseiro', disse o treinador após a eliminação do Corinthians no Campeonato Paulista, insinuando um favorecimento do clube do Morumbi ao Ituano.

A declaração não pegou bem. A direção do Corinthians repreendeu o treinador publicamente, Muricy Ramalho garantiu que 'dorme muito bem' e Luis Fabiano reclamou que Mano colocou em xeque o caráter dos são-paulinos. O clima tenso com os rivais tricolores não é novidade na carreira de Mano.

Hoje, o técnico não é muito bem quisto em pelo menos dois outros clubes. No Flamengo, sua saída intempestiva deixou marcas no elenco e na diretoria, que viram o pedido de demissão no meio do Campeonato Brasileiro como um abandono de barco. Na entrevista em que anunciou seu desligamento, Mano disse que 'não conseguiu passar ao grupo que pensa sobre futebol'.

'Ninguém entendeu até agora. Ficou estranho para nós, atletas', disse Felipe, goleiro rubro-negro, em entrevista recente ao UOL Esporte. No caminho para a conquista da Copa do Brasil, as provocações a Mano Menezes eram constantes no vestiário do Flamengo. Dirigentes do clube, antes próximos do treinador, também se incomodaram com a sua atitude posterior, já que ele sequer respondia mensagens de texto.

No Santos, a imagem de Mano também não é das melhores. Embora não tenha passado pela Vila Belmiro, ele ficou marcado nos tempos de seleção, quando defendeu em diferentes entrevistas que Neymar deveria sair do país para evoluir seu futebol.

A atitude irritou os dirigentes praianos, que entraram em uma rota de colisão constante com o treinador. No ápice da confusão, Luís Álvaro de Oliveira Ribeiro, presidente do Santos, chegou a acusar Mano Menezes de um complô para favorecer o Corinthians.

A coleção de problemas conflita com a ideia de que Mano é cuidadoso com a própria imagem. Desde que despontou no Grêmio, o treinador sempre foi reconhecido pela habilidade de comunicação. Essa qualidade foi bastante exaltada em 2010, quando ele assumiu a seleção sucedendo Dunga, reconhecidamente inábil no trato com os jornalistas.

'O que aconteceu nas últimas duas Copas serve de lição para a gente. Estamos mais maduros para saber como vamos proceder daqui para frente. Só prezo o respeito, gosto muito de ser respeitado e de respeitar o próximo', disse Mano, comentando a relação com a imprensa de seus antecessores em sua entrevista inaugural no cargo. 'Posso dizer que sou uma pessoa que nunca minto, mas eu omito coisas', acrescentou ele, em tom revelador.

A preocupação continua, mas o treinador prefere não manter o discurso politicamente correto. Mano não se abstém de criticar seus próprios jogadores publicamente, fala abertamente sobre os adversários e ressalta as diferenças com seus antecessores. A relação com o trabalho de Tite, por exemplo, tem sido sempre ácida.

'Com R$ 60 milhões é mais fácil', disse Mano na última quarta, em sua última referência à passagem do técnico campeão do mundo e da Libertadores. Desde que chegou, o atual comandante corintiano já destacou a fragilidade do time que encontrou, a necessidade de mudança, seu papel nas conquistas recentes e agora focou na falta de recursos que lhe aflige, comparada à abundância do passado.

O estilo venenoso não é exclusividade de Mano. Treinadores de primeiro nível também colecionam desafetos e não se preocupam com os rastros de suas declarações. Felipão e o próprio Muricy Ramalho são exemplos brasileiros. No âmbito internacional, ninguém faz mais isso que José Mourinho, que já mirou seus canhões em jogadores rivais, colegas de profissão e até nos próprios comandados.

O português vai fundo na política de provocação e não se limita às entrevistas, assim como Mano Menezes. Com atitudes pontuais, o técnico ampliou seu leque de desafetos ao longo da carreira. Em 2010, por exemplo, ele chamou Milton Cruz de 'técnico interino' em uma discussão com o auxiliar durante um clássico com o São Paulo. Na época, o homem de confiança do presidente Juvenal Juvêncio era subordinado a Muricy Ramalho.

Mano também já desagradou colegas de comissão técnica. Na primeira passagem pelo Corinthians, recebeu críticas públicas dos preparadores físicos Flávio Trevisan e Walmir Cruz, ambos demitidos do clube. Este último chegou a culpar o treinador diretamente por sua saída, e sentiu-se acusado pela eliminação alvinegra na Libertadores de 2010, diante do Flamengo.

'Foi [o Mano quem falou que estava fora da equipe]. Eu não concordei. Disse que, se tivéssemos passado pelo Flamengo, nada disso aconteceria. O Mano falou que não foi responsável pelas demissões, e isso não é verdade', disse ele à época à Folha de S. Paulo.

Nem todos que trabalham com ele, porém, entram nessa lista. Embora admitam que Mano tem um estilo mais arredio e é genioso no trato pessoal, os cartolas que lidaram com o técnico ao longo da carreira costumam elogiá-lo. No Corinthians, por exemplo, ele é unanimidade na diretoria, apesar do time ainda não viver uma grande fase.

Mário Gobbi, presidente do clube, é amigo do técnico desde os tempos de Série B, e foi o grande responsável pela sua contratação em 2013, contrariando até alguns de seus diretores subordinados. Quando viu o time em crise há pouco mais de um mês, garantiu que vai mantê-lo até o fim do ano, e sustenta o apoio internamente até hoje.

Mano Menezes foi procurado, mas não respondeu a reportagem até o fechamento. Quem convive com ele, no entanto, acredita que o tema não dá dor de cabeça ao treinador, que simplesmente não se importa com o resultados das polêmicas em que se envolve. Na última terça, por exemplo, ele deixou isso claro ao evitar colocar panos quentes na confusão com Muricy Ramalho.

'Não (vou pedir desculpas), porque a gente não falou sobre esse tema que foi abordado. O Muricy falou sobre sua lisura, e nunca discutiria isso. Talvez a repercussão, a contundência, a forma como a frase foi colocada na matéria tenha levado a esse entendimento. Mas em nenhum momento a gente se referiu à honestidade dele. Não faço isso sem tem provas enormes. Me machuca muito quando fazem comigo - e nos últimos anos têm feito - então não falo nisso' disse o técnico, atribuindo parte da culpa à imprensa.


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