21/3/2014 07:47
Paulo André fala sobre sua saída e dispara: 'Marin e Del Nero ficaram felizes'
Paulo André chegou à maior conquista que um jogador pode ter em um clube brasileiro ao sagrar-se campeão do Mundial de Clubes em 2012, no Japão. O título, porém, não foi suficiente para assegurar o futuro dele no Corinthians. Após quase dois anos do título, o zagueiro aceitou a oferta do Shangai Shenhua, da China, e deixou o Parque São Jorge justamente durante um período conturbado depois da invasão de torcedores no CT Joaquim Grava.
Na China, Paulo André segue por dentro do Bom Senso: 'Clubes têm medo do novo'
Em entrevista exclusiva, ele nega ter se desligado do clube paulista por causa da confusão e provoca o presidente da CBF (Confederação Brasileira de Futebol), José Maria Marin, e o vice Marco Polo Del Nero, também presidente da FPF (Federação Paulista de Futebol).
Na China, Paulo André já fez dois jogos pelo Shanghai Shenhua - contra o Shanghai Shenxin e Hangzhou - pela Super Liga Chinesa e está de adaptando à nova vida no país. O ex-corintiano tem feito aulas de mandarim e aproveitado o tempo livre para conhecer os pontos turísticos e restaurantes da cidade. Confira abaixo a entrevista na íntegra:
iG: O que contribuiu para a sua saída do Corinthians? Foi a invasão no CT Joaquim Grava?
Paulo André: Foi uma soma de fatores. Diante de todas as possibilidades que eu tinha no fim de janeiro, a China, o desafio de morar na Ásia, aprender mandarim e a estabilidade financeira eram o melhor caminho a seguir. Estou feliz aqui e encontrei exatamente o que vim buscar.
iG: Logo após a sua transferência para a China, alguns apontaram a sua saída por um conflito político no Corinthians. Segundo o portal R7, o presidente Mário Gobbi não queria um atleta que criticasse a CBF. Isso é verdade?
PA: Nunca chegou para mim essa informação. Recebi o apoio público do presidente Mário Gobbi diversas vezes. Agora não tenho dúvida de que o (José Maria) Marin e o Marco Polo (Del Nero) ficaram felizes quando souberam que eu ia parar de pressioná-los publicamente a cada entrevista.
É evidente também que eles não têm nada a ver com a minha decisão de jogar na China. Esta foi uma decisão minha, baseada no aspecto cultural e financeiro.
Dentre as opções que se apresentaram naquele momento, essa era sem dúvida a melhor para mim. Agora, se o Marin ou alguém pressionou o Corinthians ou se o Corinthians achava que eu estava prejudicando o clube ou se o meu desempenho dentro de campo por causa do Bom Senso e por isso não quis me segurar ou renovar o meu contrato, eu não tive conhecimento.
Seria a teoria da conspiração, e eu torço para que seja apenas uma teoria.
iG: Você foi ameaçado por parte dos torcedores do Corinthians.Sentiu medo em algum momento? As ameaças o impediram de fazer algo?
PA: Todos os jogadores de todos os times grandes do Brasil são ofendidos e ameaçados nas redes sociais e no dia a dia do clube. Esse é um problema sócio cultural brasileiro, e o futebol é uma das principais vias de acesso para a exposição desse problema. Nunca me incomodei com esse tipo de pressão.
iG: E como está o período de adaptação na China?
PA: A adaptação está ótima. Estreamos com vitória, e a cidade de Shanghai é maravilhosa. Estou sendo muito bem tratado e desfrutando da escolha que fiz.
iG: Como você analisa um clube chinês, cujo o país não tem a tradição no futebol, dispor de uma estrutura tão boa? Você consegue comparar com os clubes o Brasil?
PA: O Futebol chinês está se desenvolvendo. As grandes empresas e os "novos ricos" decidiram investir no futebol e a tendência é que o mercado cresça substancialmente nos próximos anos. A segunda maior economia do mundo não ficará de fora desse bolo. Vai demorar um pouco, mas a China está no rumo certo para desenvolver seus talentos e atingir um bom patamar no cenário do futebol mundial.
iG: No Shanghai Shenhua você reencontrou o Afu. Você pode nos contar como vocês se conheceram?
PA: Quando eu jogava nos juvenis do São Paulo, morava em Cotia, e no centro de treinamento havia uma equipe de chineses que ficaram dois anos fazendo intercâmbio. Dividíamos o alojamento, o refeitório e os campos de treinamento. O Afu era um dos atletas que melhor falava português. Foi muito bom reencontrá-lo aqui e poder contar com a ajuda dele nessa adaptação a Shanghai.
iG: Para finalizarmos, como é a sua rotina no país? Tem tido aulas do idioma? Está conhecendo a cidade nas horas vagas?
PA: Comecei as aulas de mandarim e já estou bem instalado em um apartamento. Sempre que posso saio para jantar. No clube, há um tradutor que fala castelhano por causa dos dois colombianos do time e outro que fala inglês por causa de um jogador sírio. Eu estou sempre entre eles, pegando as informações para não ficar perdido nos treinos e jogos (risos).
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