18/3/2014 09:06
Muricy mostra irritação com Mano, mas aceita conversar com corintiano.
Técnico do São Paulo diz ter ficha limpa e que não permite que honra seja questionada. E manda recado para colega: 'Durmo e durmo muito bem'
Irritação. Esse é o sentimento de Muricy Ramalho com a insinuação de Mano Menezes de que o São Paulo teria facilitado o jogo para o Ituano no domingo, com o objetivo de eliminar o Corinthians do Campeonato Paulista.
Em entrevista ao "Bem, Amigos!", sem citar o nome do treinador alvinegro, Muricy criticou a declaração de Mano, dizendo que tem "a vida muito limpa" e que não aceita que sua honra seja questionada. E cobrou coerência e que o Corinthians não transfira a responsabilidade pela eliminação precoce no estadual para o São Paulo.
- Uma coisa (ruim) é transferir. Não se classificaram não por causa do São Paulo. Os caras vão na reunião de treinadores, falam de Bom Senso, e agora vêm e põem em dúvida. Não pode ser assim, todo mundo está no mesmo saco. Não sou igual aos outros não, não sou ruim não. Parece que agora todo mundo é nivelado por baixo, que ninguém presta e não é assim não.
Sei que existe muita gente que não presta, mas eu tenho minha vida muito limpa para pôr em dúvida. Não dá e não aceito esse tipo de coisa. Posso aceitar qualquer tipo de coisa, menos isso, colocar minha honra e minha pessoa em dúvida. Durmo e durmo muito bem, durmo pra caramba - disse Muricy, em clara referência ao técnico do Alvinegro.
Após o empate sem gols com a Penapolense e a eliminação do Corinthians, Mano, questionado sobre a derrota do São Paulo, disse que "cada um sabe a consciência que coloca no travesseiro para dormir".
Apesar da clara irritação com as declarações de Mano, Muricy disse que aceitaria conversar com o colega de Corinthians se fosse procurado por ele.
- Claro que atendo (se o Mano ligar). A gente entende o nervosismo, sei como é. Só que do outro lado temos profissionais corretos no São Paulo. Não é tudo ruim não. Tem gente boa aqui também.
O treinador do Tricolor Paulista recordou que tem uma longa relação com o atual comandante do time de Parque São Jorge.
- Trabalhei no Inter e ele no Grêmio, e lá é uma rivalidade incrível que nem os treinadores podem se falar.
A gente morava no mesmo prédio e tinha um espaço para conversar alguma coisa de futebol. E aqui em São Paulo também. A gente frequenta a casa de amigos e se encontra.
Disse a ele que não concordava quando o trocaram na Seleção. (...) Sei a pressão que estão sentindo, mas tem que ter um pouco de calma, porque você está falando de um profissional que não é mais ou menos. Não cheguei ontem. Tenho minha ficha limpa. Você não pode ter dúvida. E antes de ver (o jogo)? É sempre o vizinho?.
Muricy disse que perderia o moral de cobrar seus jogadores no futuro se aceitasse que o time jogasse para perder.
- Em 40 anos que estou no futebol nunca tinha passado. As pessoas têm que ter calma. Já fiquei várias vezes nervoso no futebol, mas nunca ofendi ninguém, nunca pus dúvida, porque nunca vi essa coisa de entregar no futebol.
Estava pensando desde ontem (domingo) como se faz para entregar, como é o plano, onde tem esse curso. Como posso parar na frente de 30 pessoas que todo dia chamo a atenção, que cobro disciplina e falar para perder o jogo e depois encarar o cara e pedir para treinar sério e chegar no horário?
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