Desclassificado das fases finais do Paulistão, o Corinthians vai terminar o campeonato com uma arrecadação bem menor do que a que conquistou no ano passado. Além da receita de bilheteria ter sido abaixo do que foi em 2013, sem a possibilidade de ganhar o título, o clube também não contará com o dinheiro da premiação para os primeiros colocados. A diferença nos cofres do Parque São Jorge será sensível: mais de R$ 5 milhões.

Vale lembrar que o time ainda vai enfrentar o Atlético de Sorocaba, no próximo domingo, pela última rodada, no Pacaembu. Ainda assim, os números até aqui já deixam claro qual será o cenário final desta edição.

Em sete jogos como mandante, o alvinegro conseguiu juntar apenas cerca de R$ 1,6 milhão com ingressos vendidos, receita líquida, já com os descontos das despesas do estádio. Na temporada passada, esse número chegou a R$ 4,8 milhões, considerando as três partidas a mais que o clube teve, de quartas, semi e final, com renda total ou dividida.

Como campeão de 2013, o Corinthians recebeu cerca de R$ 2,5 milhões da Federação Paulista de Futebol (FPF) pela conquista. O máximo que vai receber nesta edição é R$ 100 mil, por terminar entre os oito primeiros na classificação geral.

Vamos às contas: o total arrecadado no ano passado foi de R$ 7,3 milhões, enquanto na temporada 2014 o valor até agora é de apenas R$ 1,6 milhão, portanto, uma diferença de R$ 5,7 milhões.

As melhores receitas líquidas foram conquistadas em clássicos: cerca de R$ 307 mil contra o Palmeiras e R$ 649 mil contra o São Paulo.

E o público?

O Corinthians, como nos últimos seis anos, está na liderança do público no Paulistão, pelo menos até agora. A média, no entanto, caiu consideravelmente em relação ao ano passado: de quase 23,8 mil pessoas por jogo, o clube passou para cerca de 15,5 mil por partida, no Pacaembu.

No clássico contra o São Paulo, no dia 9 de março, 29119 torcedores acompanharam o duelo, que terminou com a vitória do tricolor, por 3 a 2.

Se mantiver esse número para a última rodada, o time deve arrecadar cerca de R$ 200 mil de receita líquida, terminando a competição com R$ 5,5 milhões a menos do que na edição anterior.

Vale lembrar que o estadual 2014 tem quatro datas a menos do que teve em 2013, com uma fórmula completamente diferente.

Ano de vacas magras

Desde o final do ano passado, especialistas em marketing esportivo têm alertado sobre as dificuldades que os clubes encontrariam em 2014. Por ser ano de Copa do Mundo, boa parte dos investimentos das empresas será destinado para o evento, deixando os campeonatos nacionais como segunda opção.

Para o Corinthians, especialmente, o início do ano foi ainda mais complicado. Por questões burocráticas com a Caixa Econômica Federal, a diretoria do Parque São Jorge ficou sem receber durante quase quatros meses as suas cotas de patrocínio, diferença de quase R$ 7 milhões para os cofres da equipe.

Nos primeiros dias de janeiro, Raul Corrêa da Silva, que comanda o financeiro da equipe, admitiu ter dívidas com atletas do elenco, em entrevista para a ESPN. Na saída de Alexandre Pato, Douglas, Ibson e outros atletas, alguns diretores chegaram a falar sobre a necessidade de economia para a temporada, depois dos gastos do ano anterior, principalmente com a compra de jogadores.