14/3/2014 08:06
Luis Fabiano tentou ajudar Grafite em 2004, mas teve gols anulados.
"Eles dependem da gente, né? Mais uma vez", sorriu Luis Fabiano, no domingo passado, logo após vencer o Corinthians, no Pacaembu.
A referência implícita remete ao ano de 2004, quando o São Paulo venceu o Juventus por 2 a 1 (com dois gols de Grafite) e evitou o rebaixamento do maior rival à segunda divisão estadual.
Desta vez, a contribuição pode ser por classificação.
Restando duas rodadas para o término da primeira fase do Campeonato Paulista, o Corinthians está a dois pontos do Ituano, momentaneamente o dono da segunda vaga de seu grupo e que é adversário do São Paulo neste domingo, no Morumbi.
Uma vitória são-paulina, portanto, seria muito bem recebida pelo time do Parque São Jorge.
A situação tem feito com que muitos torcedores peçam para o São Paulo propositalmente perder para o Ituano, o que os atletas - incluindo Luis Fabiano, apesar das brincadeiras - descartam.
Foi assim também há exatos dez anos. Ninguém cogitou facilitar ao Juventus, e, por marcar duas vezes e manter o Corinthians na elite, Grafite acabou ficando em situação ruim com a própria torcida.
O que poucos lembram é que, naquela ocasião, Luis Fabiano também tentou fazer sua parte - conforme havia prometido ao longo da semana -, mas teve dois gols invalidados, ambos na etapa inicial.
No primeiro, impedido, recebeu na entrada da área e tocou por cima do goleiro. Mais tarde, após cobrança de falta de Rogério Ceni, ele dominou a bola com o cotovelo antes de chutar de perna esquerda à rede.
"No primeiro gol, eu realmente estava impedido. Mas, no segundo, ela (a bola) não bateu na mão, bateu no ombro", lamentou o jogador, ao final da partida no Anacleto Campanella, em São Caetano do Sul.
"A gente está em campo para honrar a camisa do São Paulo, sempre para vencer, e não para perder. Torcedor tem que entender essa parte nossa", acrescentou, sorrindo.
Alguns, no entanto, não entenderam que Grafite marcou gols para honrar a camisa do São Paulo. Ele foi vaiado e xingado por torcedores organizados na partida seguinte, em que o time foi eliminado pelo São Caetano, nas quartas de final.
Em contrapartida, ficou surpreso pela quantidade de corintianos que passaram a abordá-lo.
"Fui levar minhas filhas em um parque, no shopping center, e dei mais de 40 autógrafos para corintianos. Achei engraçado, mas fiquei um pouco constrangido também", contou Grafite, na época. Passada uma década, o São Paulo pode ter de novo papel decisivo na sequência do rival dentro da competição.
Se não ganhar do Ituano e o Corinthians for derrotado pelo Penapolense, a vaga ficará com o time interiorano.
Como em 2004, no entanto, Luis Fabiano, pede compreensão.
"A rivalidade é algo bacana, mas deve ficar para os torcedores.
O São Paulo não pode e não vai entrar para perder. Precisamos da vitória.
Espero que não aconteça de algum torcedor vaiar a equipe caso um gol saia no domingo", falou o camisa 9, na quinta-feira, lembando que o São Paulo, mesmo já classificado às quartas de final, briga pela primeira posição de sua chave.
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