8/3/2014 20:00

Meu Jogo Inesquecível: Basílio tira Timão de Serginho Groisman da fila

Apresentador do 'Altas Horas', que adora ir a estádios, estava atrás do gol histórico que pôs fim a um jejum de 22 anos de títulos paulistas

Meu Jogo Inesquecível: Basílio tira Timão de Serginho Groisman da fila
Ir ao estádio assistir ao Corinthians sempre foi uma das paixões de Serginho Groisman. E ele ficou bem perto do clube do coração em um dos momentos mais tristes dos 100 anos de história do Alvinegro: a queda para a Série B. Ao lado de Marcelo Rubens Paiva, o apresentador foi roteirista do filme "Fiel", que retratou a ascensão da equipe para a Série A em 2008, retratando sempre a paixão dos torcedores.

Mas o jogo mais marcante, que não sai da memória de Serginho Groisman até hoje, é a vitória por 1 a 0 sobre a Ponte Preta, no dia 13 de outubro de 1977, no terceiro encontro entre os dois times pela decisão estadual. A equipe paulista venceu a primeira partida (2 a 1), a campineira foi melhor na segunda (1 a 0), e os dois times ficaram frente a frente pela última vez no Morumbi lotado.

O triunfo corintiano acabou com uma fila de 22 anos, oito meses e seis dias do Corinthians. O gol feito por Basílio, aos 36 minutos do segundo tempo, deu ao Alvinegro o seu 16º titulo estadual - hoje, o Timão é o maior vencedor do estado, com 26 conquistas.

- Eu dei sorte porque fiquei atrás do gol do Carlos (goleiro da Ponte Preta) e reparei em toda a jogada. A bola sendo cruzada da direita, a cabeçada do Wladimir e a conclusão do Basílio. Foi uma alegria incrível, eu morava em Pinheiros e voltei do Morumbi até lá andando, cantando com muitos torcedores. Sem dúvida esse foi um jogo inesquecível - lembrou Serginho.

Famoso pelo bordão "Fala, garoto!", o apresentador citou também duas partidas memoráveis para qualquer corintiano. A primeira, a vitória por 2 a 0 sobre o Santos, em 6 de maio de 1968, jogo que marcou o fim do tabu diante do Peixe em jogos do Paulistão. O segundo duelo lembrado ocorreu oito anos depois, na semifinal do Campeonato Brasileiro, contra o Fluminense. Os corintianos invadiram o Maracanã e o time avançou nos pênaltis (4 a 1) para a decisão.

- Eu estava nessas duas partidas. Adoro ir ao estádio, embora agora não tenho ido muito. Mas entre 2008 e 2009, durante a elaboração do filme "Fiel", acompanhei a maioria dos jogos do Corinthians ao vivo. Assisti aos melhores momentos do Ronaldo no clube e toda a trajetória do acesso. Eu adoro ir aos jogos, é diferente de assistir pela televisão - contou o paulistano, que nasceu no dia 29 de junho de 1950.
Tal pai (não) tal filho



O sonho de todo pai com o filho é vê-lo torcendo para o mesmo clube do seu coração. Na família Groisman, a vontade não foi realizada. Luiz Groisman, o pai de Serginho, bem que tentou fazer o menino ser fanático como ele pelo São Paulo. Tentativa em vão. Jogos na televisão, camisa do Tricolor, meião…

- Meu pai me dava vários presentes, mas eu não reagia. Aí, um dia a gente estava na casa de um tio meu, que era corintiano, e nós começamos a assistir a um jogo do time na televisão. Na hora que saiu o gol do Corinthians, eu comemorei muito, meu pai na hora colocou a mão no rosto e pensou: "Perdi meu filho para o Corinthians." Foi assim que me lembro de ter me tornado corintiano, apesar de uma pressão são-paulina - revelou Serginho.
A rivalidade no futebol com o pai, que até levou Serginho a um jogo do Corinthians, nunca foi um problema. Mas a iniciativa não foi bem-sucedida. Os dois foram juntos a um clássico contra o Palmeiras, no Morumbi (empate em 1 a 1).

- Houve uma briga no lugar em que a gente ficou sentado, e depois daquele jogo eu disse que, a partir dali, eu teria de ir ao estádio sozinho. Imagina só: ele, são-paulino, ter que levar o filho corintiano em um jogo contra o Palmeiras e ainda quase apanhar. Realmente foi demais… - contou o apresentador.
Quando a família se reunia para ver os jogos em casa, também havia sofrimento, segundo Serginho:

- Mas dentro de casa meu pai foi uma pessoa que sempre sofreu muito quando Corinthians e São Paulo se enfrentavam. Era a pior coisa quando isso acontecia, porque ele não queria que o Corinthians perdesse, para eu não ficar triste. Então, torcia sempre pelo empate, para ficar bom pra todo mundo - finalizou.

CORINTHIANS 1 X 0 PONTE PRETA

Tobias, Zé Maria, Moisés, Ademir e Wladimir; Ruço, Basílio e Luciano; Vaguinho, Geraldão e Romeu. Carlos, Jair, Oscar, Polozi e Ângelo; Wanderlei, Marco Aurélio e Dicá; Lúcio, Rui Rei e Tuta (Parraga).

Técnico: Oswaldo Brandão Técnico: José Duarte

Gols: Basílio, aos 36 minutos do segundo tempo
Renda e público: Cr$ 3.325.470,00 / 86.677. Árbitro: Dulcídio Wanderley Boschillia.

Data: 13/10/1977. Local: Morumbi (SP). Competição: Campeonato Paulista de 1977.


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