Jadson e Pato trocaram de lado e buscam vida nova, mas não jogam o clássico deste domingo (Foto: Marcos Ribolli)
Esqueça o Corinthians modorrento e o São Paulo cheio de dúvidas de 2013. Com ânimos e times renovados, os rivais se encontram neste domingo, às 16h (horário de Brasília), no Pacaembu, em reconstrução e com bons motivos para acreditarem em dias melhores. Com estratégias diferentes, os clubes se reforçaram sem investir tanto e utilizam o Campeonato Paulista para ganhar corpo. O Majestoso vai mostrar quem está mais preparado para 2014.
Os principais reforços de cada time no ano foram fruto de uma troca entre... Corinthians e São Paulo. Badalados, Jadson e Alexandre Pato estavam mal em seus clubes de origem e tentam se reencontrar – o primeiro no Timão, o segundo no Tricolor. Por um acordo previsto em contrato, nenhum dos dois entra em campo neste domingo.
Fora Jadson, o Corinthians procurou reforços baratos e pontuais para o ano. Sob o comando de Mano Menezes, a ordem era cortar gastos e reduzir a folha salarial. Nada dos quase R$ 60 milhões investidos em apenas três jogadores em 2013:
Pato, Renato Augusto e Gil. Agora, os nomes são mais humildes e funcionais. Fagner, Uendel e Bruno Henrique são titulares, e o garoto Luciano, em ascensão meteórica, é outro que terá chance no clássico.
Fagner foi revelado pelo próprio Corinthians em 2007 e voltou por empréstimo do Wolfsburg, da Alemanha, sem custos. Uendel, ex-Ponte Preta, e Bruno Henrique, ex-Londrina e Portuguesa, não chegaram a R$ 5 milhões de investimento. A previsão orçamentária do clube para este ano previa apenas R$ 10 milhões com gastos em reforços.
Fagner, Uendel, Bruno Henrique, Jadson e
Luciano, os reforços 'pontuais' do Timão no ano
(Fotos: Daniel Augusto Jr/Agência Corinthians)
Por outro lado, a diretoria não se esforçou para manter alguns medalhões que não vinham rendendo e conseguiu uma economia de mais de R$ 650 mil na folha mensal. As saídas de Pato, Douglas, Ibson e Paulo André deram um fôlego necessário para o Corinthians se reorganizar financeiramente. Entre os mais velhos a exceção foi Danilo, que renovou até julho de 2015.
– O projeto para este ano previa a reformulação e ela aconteceu, está acontecendo. Temos novos nomes, talvez ainda tenha um atacante para completar o elenco, mas este Corinthians está com uma cara renovada e terá muito sucesso sob o comando do Mano – afirmou o diretor de futebol Ronaldo Ximenes.
Muricy quer, diretoria atende.
Muricy Ramalho pediu, e a diretoria do São Paulo aceitou reformular o elenco novamente. Mais do que apenas trocar jogadores, o treinador cobrou a mudança do perfil do grupo. Segundo ele, alguns atletas não se comportaram adequadamente durante a crise que fez o time brigar contra o rebaixamento no último Campeonato Brasileiro e não poderiam continuar se o clube quisesse voltar a brigar por títulos.
Antônio Carlos, Souza e Alvaro Pereira formam a base de
confiança de Muricy deste 'novo São Paulo'
A direção não economizou nas saídas. Foram oito no total: Welliton, Aloísio, Silvinho, Lúcio, Caramelo, Carleto, Rafael Toloi e Jadson. O último, aliás, foi quem mais irritou o comandante na temporada anterior por se desmotivar após perder espaço para Paulo Henrique Ganso. A troca com Alexandre Pato acabou sendo a melhor solução antes de perdê-lo gratuitamente no fim de 2014.
Sem dinheiro para fazer grandes investimentos, o Tricolor precisou de paciência para conduzir longas negociações e só conseguiu se reforçar com o Campeonato Paulista em andamento.
O clube gastou apenas para buscar o lateral-esquerdo Alvaro Pereira, emprestado por 18 meses pelo Inter de Milão por pouco mais de R$ 3 milhões, e mais R$ 1,2 milhão para trazer o lateral-direito Luis Ricardo, da Portuguesa.
Os outros reforços chegaram gratuitamente. São os casos do atacante colombiano Pabón, até então pouco aproveitado no Valencia, e do volante Souza, do Grêmio, envolvido em uma troca com o zagueiro Rhodolfo. Pato, que custou R$ 40 milhões aos cofres corintianos, é visto pela diretoria quase como um presente, já que ela gasta apenas R$ 400 mil mensais, valor referente a metade dos salários.
– Os jogadores que ficaram não querem sofrer como no ano passado. Não pode ser ficando no DM (departamento médico), no gelinho, não querendo viajar. Não tem isso aqui. O caras tem de trabalhar pra caramba, não tem chinelinho. Fizeram muita coisa errada no ano passado. Estou gostando desse grupo. O dia a dia é forte, disciplinado. Acho que temos um caminho andado em relação ao ano passado, que estava muito ruim – afirmou o técnico Muricy Ramalho.