O Ministério Público de São Paulo se manifestou de forma decisiva no processo do Regime de Centralização de Execuções (RCE) solicitado pelo Corinthians. O clube busca parcelar quase R$ 200 milhões em dívidas ao longo de seis anos, mas, segundo a Promotoria de Falências, antes de qualquer avanço será preciso comprovar sua real situação financeira.

Em documento enviado ao tribunal na última sexta-feira (19), o MP-SP pediu que o Corinthians apresente dados contábeis auditados e uma estimativa precisa das obrigações em execução. O órgão também destacou que a negociação deve ser conduzida de forma coletiva, conforme determinação judicial.

A Promotoria levantou dúvidas sobre alguns pontos do plano alvinegro, como prioridade em determinados pagamentos, extensão do prazo para até dez anos e uso de leilões reversos para reduzir os débitos. Para o MP, todos esses pontos precisam ser avaliados pela Justiça antes de qualquer aprovação.

O Corinthians planeja pagar R$ 367 milhões em até dez anos, destinando 4% das receitas mensais e 5% das vendas de atletas para a quitação. A ideia é liquidar 60% desse valor nos seis primeiros anos, evitando bloqueios judiciais e organizando uma “fila de credores” que inclui empresários, fornecedores, atletas e clubes.

Apesar da proposta, há resistência de credores que consideram o processo lento. A legislação da SAF determina critérios de prioridade para pagamentos, beneficiando idosos, gestantes, pessoas com doenças graves e credores de pequeno valor, além de dívidas antigas e aquelas que reduzem significativamente o passivo.

Agora, o futuro do plano depende da apresentação dos documentos exigidos e da análise criteriosa da Justiça sobre a legalidade do projeto corintiano.