A final do Campeonato Paulista representou o maior público da história da Neo Química Arena em jogos do Corinthians. Foram 48.196 pagantes e um total de 48.932 pessoas presentes na última quinta-feira, no jogo que culminou com a conquista alvinegra sobre o rival da Barra Funda. A Gazeta Esportiva teve acesso ao relatório final da distribuição e comercialização dos ingressos no Derby, tema importante devido ao inquérito policial aberto e em curso que investiga uma eventual facilitação e participação de dirigentes e funcionários da atual gestão no repasse ou na venda combinada com grupos de cambistas.
O primeiro ponto a ser esclarecido é o fato da gestão Augusto Melo contabilizar vendas pelos planos Minha Torcida, destinado a Organizadas, e Minha Cadeira, ao Programa Fiel Torcedor. Essa interpretação dos números nunca havia sido feita anteriormente, nem pelo clube nem pela OneFan, empresa que controla e gere os dados e concede todo o suporte tecnológico do programa Fiel Torcedor. A OneFan, inclusive, não recebe repasses financeiros sobre a gestão dos planos Minha Cadeira e Minha Torcida, além dos ingressos destinados aos sócios do clube social e aos camarotes.
No jogo da última quinta-feira, contra o Palmeiras, o Corinthians segmentou e comercializou os ingressos da seguinte maneira: Plano Meu Amor: 410 confirmados - 402 acessos Plano Minha História: 2.943 confirmados - 2.917 acessos Plano Minha Vida: 19.181 confirmados - 18.881 acessos Plano Minha Torcida: 7673 confirmados - 7.627 acessos Assessores do clube: 698 confirmados - 683 acessos Conselheiros: 999 confirmados - 961 acessos Camarotes: 2.982 confirmados - 2.670 acessos Crianças até 11 anos: 149 confirmados - 101 acessos Idosos: 284 confirmados - 238 acessos...
O Corinthians foi notificado e questionado pela Polícia Civil de São Paulo, em 26 de fevereiro, no inquérito que investiga a suspeita de envolvimento do clube com cambistas. A Gazeta Esportiva teve acesso, com exclusividade, ao ofício policial e às respostas do clube à 4ª Delegacia de Polícia de Lavagem e Ocultação de Ativos Ilícitos por Meios Eletrônicos (DCCIBER-DEIC). Em seis páginas, o Corinthians tentou explicar à Polícia de que maneira ocorre a distribuição de ingressos para jogos do clube na Neo Química Arena. A Gazeta observou a omissão de informações relevantes e também a admissão de números e procedimentos que ajudam a explicar a dificuldade atual do torcedor em adquirir ingressos.