O presidente do Corinthians, Augusto Melo, sofreu mais uma derrota na Justiça na última sexta-feira. Ele tentou derrubar a reunião para votar a admissibilidade do processo de impeachment no Conselho Deliberativo do clube no dia 20 de janeiro, mas teve seu pedido indeferido no Tribunal de Justiça. Agora, sua pretensão também foi negada na 4ª Vara Cível do Tatuapé, onde tramitava o processo original em primeira instância.
Após o início da reunião que votou pela admissibilidade do impeachment e que acabou suspensa por acordo entre os Conselheiros em 20 de janeiro, Augusto peticionou no processo alegando que o rito foi "mal conduzido" por Romeu Tuma Júnior, presidente do CD. No entanto, viu sua ação ser novamente rejeitada. Ele chegou até mesmo a chamar Tuma de "ditador".
A Gazeta Esportiva teve acesso ao documento encaminhado pelo mandatário à Justiça. Nele, Augusto, através de seu advogado, lista, em parte, argumentos similares aos protocolados em uma solicitação de afastamento imediato de Romeu da função de presidente do CD, entregue à Comissão de Ética do Conselho Deliberativo do Corinthians no dia 28 de janeiro.
Na última terça-feira, a Gazeta Esportiva informou que a Justiça de São Paulo havia rejeitado uma nova tentativa de Augusto Melo de derrubar a votação de impeachment no Conselho Deliberativo do Corinthians.
Em nota, o advogado de Augusto, Ricardo Cury, afirmou que o processo judicial "irá longe" e prometeu ir à Brasília. "Esse processo não acabou ainda. Está tudo aquecido, tudo aberto e a disputa judicial irá longe ainda", alegou a defesa de Augusto.
O presidente do Corinthians aguarda o agendamento da reunião que poderá afastá-lo do poder. Ainda não há data prevista para um novo encontro no Conselho Deliberativo. Caso a maioria simples no Conselho aprove o impeachment de Augusto, o presidente será afastado imediatamente do cargo, que será assumido de forma temporária por Osmar Stabile, primeiro vice-presidente do clube.
Além disso, se o Conselho der parecer positivo quanto ao impeachment de Augusto, Romeu terá de definir uma data para a Assembleia Geral, que é a última instância do processo de destituição, com a participação dos associados do clube. Nesse cenário, Augusto permaneceria afastado de suas funções até a divulgação do resultado final da Assembleia Geral.
Se os sócios endossarem que ele deve deixar o cargo, o mandatário será definitivamente destituído. Se o impeachment não passar no Conselho Deliberativo, o caso será encerrado e Augusto Melo continuará normalmente no cargo de presidente. No entanto, há um outro processo de destituição correndo paralelamente, este a pedido do Conselho de Orientação e motivado em dados técnicos e números apresentados no último relatório do órgão sobre as demonstrações financeiras do primeiro semestre da gestão, e que também pode vir a ser votado no Conselho Deliberativo.