O presidente do Corinthians , Augusto Melo, tentou mais uma vez derrubar a votação de impeachment no Conselho Deliberativo do clube. O embargo, entretanto, foi rejeitado pela Justiça de São Paulo. No dia 20 de janeiro, Augusto tentou, em cima da hora, impedir a reunião que definiria o futuro do mandatário no Parque São Jorge através de uma liminar, indeferida pela Justiça. O encontro tratou da admissibilidade do processo de impeachment, mas acabou sendo suspenso devido ao horário. O dirigente recorreu da decisão judicial favorável à realização do pleito, alegando cerceamento de defesa. A tentativa, porém, foi novamente frustrada. Segundo o acórdão, o qual a reportagem da Gazeta Esportiva teve acesso, Augusto sustentou que "o pronunciamento colegiado foi proferido sem possibilitar a sustentação oral" e que "não foi concedido prazo para ofertar contraminuta ao agravo interno" a fim de "macular o resultado proferido". Na oportunidade, logo após a reunião do dia 20 de janeiro, o mandatário disse que Romeu Tuma Júnior, presidente do Conselho Deliberativo do Corinthians, não permitiu que ele e seus aliados se defendessem e chamou o líder do órgão fiscalizador de "ditador".
A reunião para definir a admissibilidade do processo de impeachment teve 126 votos a favor e 114 contra. No entanto, em decisão proferida na última quinta-feira, a 8ª Câmara de Direito Privado rejeitou por unanimidade, com votos dos desembargadores Clara Maria Araújo Xavier, Salles Rossi e Benedito Antônio Okuno, a contestação de Augusto Melo por acreditar que "inexiste vício, violação ou negativa de vigência de qualquer disposição legal". O presidente do Corinthians, agora, aguarda o agendamento da reunião que poderá afastá-lo do poder. Ainda não há data prevista para um novo encontro no Conselho Deliberativo.
A reunião para decidir o futuro de Augusto, inicialmente, iria acontecer no dia 28 de novembro do ano passado. Porém, com a reunião prestes a começar naquela ocasião, Augusto Melo apresentou uma decisão liminar da Justiça que refletiu no adiamento do pleito. Posteriormente, a liminar foi derrubada, mas os eventos de final de ano, como Natal e Réveillon, fizeram o Conselho aguardar até o primeiro mês de 2025 para retomar o assunto, principalmente após as novidades reveladas sobre o caso VaideBet, graças aos depoimentos do proprietário e do diretor finaneiro da empresa à Polícia, além da entrevista concedida por Toninho Duettos, com exclusividade, à Gazeta Esportiva.
Caso a maioria simples no Conselho aprove o impeachment de Augusto, o presidente será afastado imediatamente do cargo, que será assumido de forma temporária por Osmar Stabile, primeiro vice-presidente do clube. Além disso, se o Conselho der parecer positivo quanto ao impeachment de Augusto, Romeu terá de definir uma data para a Assembleia Geral, que é a última instância do processo de destituição, com a participação dos associados do clube. Nesse cenário, Augusto permaneceria afastado de suas funções até a divulgação do resultado final da Assembleia Geral. Se os sócios endossarem que ele deve deixar o cargo, o mandatário será definitivamente destituído. Se o impeachment não passar no Conselho Deliberativo, o caso será encerrado e Augusto Melo continuará normalmente no cargo de presidente.