Vencer é sempre mais importante do que jogar bem. A vitória do Corinthians por 1 a 0 sobre o Palmeiras , no domingo, no Allianz Parque, na primeira partida da final do Campeonato Paulista, ilustra bem isso. O Palmeiras teve maior volume de jogo, criou mais chances que o Corinthians e terminou a partida com uma goleada em finalizações: 19 a 3. No placar, porém, a vitória magra de quem menos chegou ao gol parece ser uma lição aprendida pelo time que no meio de semana foi eliminado na fase preliminar da Conmebol Libertadores. A derrota no primeiro jogo co confronto custou caro. O Corinthians soube sofrer em um jogo que claramente o time entrou em campo com a estratégia de não ser derrotado. Era esse o plano em Guayaquil, contra o Barcelona. No entanto, o Corinthians errou em tratar a partida como uma mera formalidade antes do jogo de volta, algo que não aconteceu contra o Palmeiras na decisão do título estadual. Desta vez, mesmo ciente dos riscos enfrentados diante do seu maior rival, o Timão soube calcular o risco de entrar em campo inicialmente com a missão de não ser derrotado. A vitória fora de casa deixa a equipe em uma situação confortável para decidir o título diante da sua torcida.
O Corinthians terá 10 dias para recuperar fisicamente Garro e os demais jogadores que não foram convocados na Data Fifa. Cinco deles terão o desgaste de viagens para compromissos por suas seleções nacionais: Memphis, Carillo, Romero, Félix Torres e José Martínez. A segunda e decisiva partida da disputa do título paulista será em 27 de março, às 21h35, na Neo Química Arena. O Corinthians joga pelo empate para ser campeão.
Com Romero na equipe titular na vaga de Rodrigo Garro, que iniciou no banco de reservas por ter sentido dores no joelho direito, o Corinthians sofreu justamente na articulação de jogadas em um primeiro tempo de pouca inspiração. O time de Ramón Díaz adotou uma postura mais defensiva nos minutos inciais e sofreu ao menos com três chegadas perigosas do Palmeiras, que explorou muito o lado direito ofensivo. Hugo Souza, foi o principal destaque defensivo na primeira metade do jogo. Sem Garro, coube a Carrillo e Memphis a missão de articular e criar jogadas. Romero e José Martínez, cada um aberto de um lado do campo, faziam o corredor. A bola, no entanto, praticamente não chegou a Yuri Alberto.
O Timão voltou do intervalo com uma mudança: sentindo dores na coxa, José Martínez foi substituído por Ryan. E foi dos pés do volante um bom lançamento para Yuri Alberto logo nos primeiros minutos do segundo tempo. O camisa 9, no entanto, acabou desarmado. Os problemas defensivos continuaram: Estêvão seguiu conseguindo levar vantagem sobre Angileri nas disputas entre eles na esquerda. Enquanto isso, no ataque, o Corinthians seguiu dependendo dos raros lampejos de Carrillo e Memphis para chegar - ou quase isso - perto do gol de Weverton. Aos 12 minutos, Yuri Alberto recebeu um dos poucos bons passes de Memphis ao longo de todo o jogo. O camisa 9 dominou na esquerda, puxou para dentro da área, abriu espaço e bateu no canto de Weverton. O gol deixou o Corinthians mais confortável no jogo.
Sem sofrer tanto defensivamente, o Timão conseguiu ter o controle que não vinha tendo atuando fora de casa, principalmente depois da partida contra o Barcelona, no Equador, pela Libertadores. A vantagem é grande, mas ainda requer cuidados para poder encerrar o jejum de seis anos sem a conquista de um título. Serão dez dias quase que eternos para o torcedor até a segunda e decisiva partida em Itaquera.