Alguma coisa acontece no corinthiano coração quando precisa cruzar não a Ipiranga com a Avenida São João, mas qualquer esquina de Quito, Buenos Aires, La Plata, Montevidéu, La Paz, Assunção ou Barranquilla. Quando precisa sair do Brasil, na verdade. Contra o Barcelona de Guayaquil, o time de Ramón Díaz fez o jogo que lhe cabia, uma persistente pressão em tempo integral, venceu por 2 a 0 e saiu de campo reconhecido pela torcida, mas não deixou de somar mais uma queda precoce na trajetória do Corinthians na Libertadores. Entre os grandes clubes brasileiros, o Corinthians é, disparado, aquele que mantém a relação mais decepcionante com a Libertadores. O tamanho da instituição não condiz com suas campanhas na principal competição continental: em dezoito participações, o clube conseguiu alcançar as quartas de final apenas quatro vezes. Nas quatro vezes em que precisou disputar as fases prévias, em três (contando ontem) não conseguiu sequer chegar à fase de grupos. Além da campanha vencedora em 2012, apenas em 1999 conseguiu alcançar uma semifinal. Todos nós temos alguma espécie de bloqueio, e é por isso que a humanidade basicamente se divide entre o pessoal das Ciências Exatas e os "mais de Humanas" -- na prática, entre os que mostram orgulho de até hoje saber a fórmula de Bhaskara e aqueles que vivem pelos bares citando Nietzsche impunemente. Talvez o Corinthians seja "mais de Brasileiro" ou "mais de Paulistão", campeonato do qual é o maior campeão. Mas o fato é que a Libertadores é a kriptonita corinthiana, o seu calcanhar de Aquiles, a pizza de sardinha com café preto que causa azia -- e, ao menos nas noites de quarta, no armarinho do banheiro nunca tem um Sonrisal. A ovelha não foi feita pra andar no mato, já vaticinou algum Charles Darwin de Uruguaiana, bem como o Corinthians não parece ter nascido para se mover pelas quebradas da Libertadores.
Seria possível enfileirar motivos para as repetidas quedas corinthianas, mas uma razão parece frequente, e foi justamente ela que causou o tombo diante do Barcelona: a incompetência para analisar o adversário e, especialmente, avaliar as dificuldades do primeiro jogo. Não por acaso, o Corinthians até hoje venceu apenas um dos dezoito confrontos eliminatórios disputados fora do Brasil (empatou sete e perdeu outros dez). Dessa vez, totalmente subjugado no Equador, o Corinthians voltou para Itaquera precisando de um milagre. E mesmo os milagres precisam de algumas condições. Uma competição não define um clube, bem sabemos. Portanto, azar da Libertadores, é o que vocifera um anarquista alvinegro neste momento, sentado na padaria e pensando em Sócrates enquanto tenta adivinhar uma possível tabela da Copa Sul-Americana. E os tempos mudam, obviamente -- por necessidade de vingança, ânimo ou dinheiro: os coadjuvantes de ontem podem ser os protagonistas de amanhã, e o contrário também procede -- aí está o Independiente para comprovar, há quarenta anos sob o vulto de suas sete conquistas.
No meio de toda esta ladainha sobre poderes e impotências de todos os tipos, no entanto, ainda há uma questão prática a ser respondida por Ramón Díaz: as centenas de cruzamentos para a área, como quem joga comida para passarinho, mesmo com um a mais durante grande parte do jogo, eram parte da estratégia ou apenas esperavam alguma aparição mística da cabeça de ouro do falecido Baltazar?



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