A classificação do Corinthians para a terceira fase da Conmebol Libertadores foi mais um exemplo dos problemas defensivos enfrentados pelo time nesta temporada. Contra a Universidad Central, o Timão sofreu dois gols e passou sufoco para avançar de fase no torneio. Os números até o momento mostram o quanto o sistema de marcação da equipe de Ramón Díaz precisa evoluir. A média de gols sofridos pelo Corinthians em 2025 é superior a um por jogo. Em 14 partidas, o Timão foi vazado 16 vezes. Em 2025, Ramón Díaz ainda não pôde contar com Gustavo Henrique, titular na reta final do ano passado ao lado de André Ramalho. O camisa 13 voltou a ser relacionado, porém não entrou em campo desde iniciado o processo de recuperação de lesão. Assim, em um início de ano marcado pelo revezamento na equipe, a comissão técnica usou Félix Torres, João Pedro Tchoca, Cacá e o próprio André Ramalho, que ainda busca reencontrar o ritmo apresentado da reta final do Brasileirão de 2024. Somente quando teve como dupla Félix Torres e João Pedro, o Corinthians conseguiu sair de campo sem sofrer gol - nas vitórias sobre Ponte Preta, Novorizontino e São Bernardo, todas pela primeira fase do Campeonato Paulista . O revezamento de equipes está encerrado, já que o time terá sequência de jogos decisivos pela frente nas próximas semanas, por Libertadores e Paulistão. Há uma autocrítica dentro do clube de que é preciso elevar o nível defensivo para este grupo brigar por troféus ao longo do ano. – Precisa fazer essa pergunta (como melhorar o desempenho defensivo) para o Ramón, ele é o treinador. Ele vai passar o que precisamos melhorar. Minha opinião sincera: estamos agredindo pouco o adversário sem bola. Com bola sabemos, mas sem estamos agredindo pouco, isso gera para o adversário pensar e tomar a melhor decisão – analisou Hugo Souza. – Essa parte é uma parte que vem da gente, foge do treinador. É uma cobrança minha sobre a minha equipe. Como eu falo: agredir mais o adversário para o portador da bola não ter mais espaço. Quem tiver espaço vai tomar decisão para prejudicar a gente – acrescentou o goleiro. Problemas pelo alto Em relação aos gols sofridos, um problema identificado está nas jogadas pelo alto. Dos 16, sete ocorreram com bolas levantadas para a área seguidas de finalizações. Três delas saíram a partir de escanteios: Daniel Amorim, do Velo Clube; Lucas, do São Paulo; e Adrián Martínez, da Universidad Central, aproveitaram as respectivas cobranças para superar a defesa corintiana. Já Lucas Evangelista, na estreia contra o Red Bull Bragantino; Guilherme, no duelo contra o Santos; e Rafael Bilu, do Guarani, aproveitaram cruzamentos com a bola rolando para vazar o Timão. O jogador bugrino acertou finalização de primeira com a perna esquerda para balançar as redes, enquanto Evangelista e Guilherme acertaram cabeçadas certeiras contra a meta corintiana. Ainda há o gol anotado pela UCV no duelo de ida da segunda fase da Libertadores. A origem do gol deu-se em cruzamento com liberdade que alcançou Zapata. O toque de cabeça foi defendido por Hugo Souza, mas a bola voltou e desviou em João Pedro antes de entrar. Ou seja, quase metade dos gols sofridos pelo Corinthians no ano veio em jogadas pelo alto, com liberdade para quem cruza e superioridade de quem cabeceia. É o ponto crucial para melhora imediata do Timão neste momento decisivo de início de temporada. Veja os lances que o Timão sofreu gols pelo alto: