A reunião do Conselho Deliberativo do Corinthians que votará o impeachment do presidente Augusto Melo foi suspensa. Depois de cinco horas e meia e uma votação prévia pela admissibilidade do pedido, os conselheiros do clube do Parque São Jorge optaram por encerrar o encontro e remarcá-lo para outra data. Na prática, Augusto Melo segue na presidência do Timão, porém ainda correndo o risco de ser afastado do cargo por suspeita de irregularidades no contrato de patrocínio com a VaideBet, infração da Lei Geral do Esporte e desrespeito ao estatuto do clube.
Dia agitado no Parque São Jorge Horas antes do início da reunião no Parque São Jorge, a defesa do presidente Augusto Melo entrou com um novo pedido de liminar na Justiça pedindo o efeito suspensivo do encontro. No entanto, o juiz Erasmo Samuel Tozetto manteve o indeferimento por entender que a convocação da votação respeita o estatuto do Corinthians. Como já havia ocorrido em dezembro, na votação que acabou cancelada minutos antes do início, as torcidas organizadas do Corinthians marcaram presença na entrada do clube para fazer pressão nos conselheiros.
Os torcedores organizados levaram sinalizadores, cartazes cobrando o conselheiro e ex-diretor de futebol Rubens Gomes, o Rubão, e faixas em referência ao grupo de oposição 'Renovação e Transparência', que tem como membros os ex-presidentes Andrés Sanchez e Duilio Monteiro Alves. Dentro do Parque São Jorge, os conselheiros também estavam em clima bélico. Logo no início da reunião, Romeu Tuma Júnior, presidente do Conselho Deliberativo, e Augusto Melo, presidente do Corinthians, trocaram farpas, chegaram a deixar o dedo em riste um em direção ao outro e precisaram ser controlados pelos seus pares.
O encontro precisou ser interrompido por dez minutos para que os ânimos fossem contidos e a ordem fosse restabelecida. Segundo pessoas ligadas ao grupo político de Augusto Melo, a confusão teve início porque Romeu Tuma Júnior queria "acelerar" a votação sem respeitar os ritos do Conselho. Votação da votação Quando a reunião foi reiniciada, Tuma abriu votação pela admissibilidade do pedido de impeachment, uma espécie de pré-votação. Os conselheiros foram chamados nominalmente e, um a um, depositaram as cédulas na urna.
No fim, Augusto Melo teve uma derrota apertada com 126 votos a favor da admissibilidade contra 114. Quando a segunda reunião seria iniciada, o Conselho optou em suspender a reunião por entender que não havia garantia da segurança dos presentes.