O presidente do Corinthians, Augusto Melo, decidiu não buscar a Justiça Comum para tentar impedir a votação de seu impeachment nesta segunda-feira pelo Conselho Deliberativo do clube. Em dezembro do ano passado, ele conseguiu uma liminar judicial minutos antes do início do encontro, impedindo a votação. No entanto, desta vez, Augusto Melo afirmou que deseja que a reunião aconteça, declarando que "está na hora de acabar isso". Ele também ressaltou a importância de resolver as questões dentro do clube, sem recorrer à imprensa, e defendeu a expulsão dos indivíduos que considera prejudiciais ao Corinthians.
O pedido de impeachment se baseia principalmente nas supostas irregularidades do contrato com a VaideBet, que está sob investigação da Polícia Civil. Augusto Melo enfatizou que permanece firme em sua posição, afirmando que "Deus me colocou aqui, e só Deus me tira". Ele destacou a coragem de reformular o clube e buscar receitas, mas ressaltou que talvez esteja incomodando alguém.
Caso a maioria dos presentes vote favoravelmente ao impeachment, Augusto será imediatamente afastado do cargo de maneira provisória. Se isso não ocorrer, o caso é arquivado e a destituição precisa ser referendada pelos sócios do clube em assembleia geral. Se os associados não aprovarem o impeachment, Augusto Melo é reconduzido ao cargo. O presidente tem mandato até o fim de 2026.
O processo de impeachment, embora se baseie em argumentos jurídicos, é essencialmente político. O estatuto do Corinthians determina que são motivos para destituição: prática de crime infamante, prejuízo considerável ao patrimônio ou à imagem do clube, não aprovação das contas da gestão, infração de norma estatutária, e ato de gestão irregular. Os signatários do pedido de impeachment argumentam que, devido à atuação e omissão de Augusto, "a imagem da instituição foi arremessada num lamaçal de notícias degradantes" e teria infringido também a Lei Geral do Esporte.