O torcedor mais atento já reparou que o Corinthians não pede doações para a campanha de pagamento da Neo Química Arena. Em seus canais oficiais, o clube celebra marcas alcançadas, alerta contra golpes, divulga ações, mas não solicita diretamente a ajuda financeira. A postura gerou críticas de parte da torcida, que apontou uma suposta falta de engajamento do Corinthians na campanha. Porém, isso faz parte de uma estratégia previamente alinhada entre o clube e os organizadores da "vaquinha", principalmente a organizada Gaviões da Fiel.
Vinicius Manfredi, superintendente de marketing do clube, explica que o Timão trabalha nos bastidores para auxiliar a campanha, mas quer deixar o protagonismo com a Fiel torcida. – A gente tem um contato muito próximo e quase diário com o grupo que está desenvolvendo isso. A gente compartilha ideias e sugestões, mas algumas coisas são importantes de serem ditas: essa campanha existe de fora para dentro. Isso é uma das coisas que garantem o sucesso dessa campanha.
Se tem um clube com uma história de muitas coisas que vieram de fora para dentro e que endossa existir esse tipo de movimento esse clube é o Corinthians – afirmou o dirigente, ao ge . – O Corinthians vai, se posiciona, conta coisas da campanha, mas idealmente em um tom de agradecimento, de orgulho, de empoderamento e de informação, mas a gente não quer que o clube tenha a voz do que a gente chama no marketing de "call to action", de pedir o pagamento. É muito mais no sentido de o clube reconhecer o que está sendo feito, agradecer e se orgulhar do movimento – completou.
O apoio institucional do clube foi importante para derrubar mais de 200 páginas criadas com o objetivo de aplicar golpes em nome da campanha. Além disso, o departamento de marketing alvinegro ajudou a aproximar possíveis parceiros comerciais dos organizadores da "vaquinha" e tem participado das discussões sobre estratégias de comunicação. – Existe a ideia de fazer alguns eventos, tem alguns artistas se comunicando diretamente com o grupo da torcida que é responsável pela campanha, se colocando à disposição pra fazer um show sem cachê. São coisas que vão ser desenhadas durante a campanha, que tem seis meses, ela não vai ficar pegando fogo todos os dias existe a ideia de fazer alguns eventos, tem alguns artistas se comunicando diretamente com o grupo da torcida que é responsável pela campanha, se colocando à disposição pra fazer um show sem cachê. São coisas que vão ser desenhadas durante a campanha, que tem seis meses – declarou o superintendente.
Iniciada em 27 de novembro, a campanha de arrecadação para pagar a Neo Química Arena já arrecadou R$ 35 milhões e terá duração até maio. A meta é arrecadar R$ 700 milhões, valor devido pelo Corinthians à Caixa Econômica Federal.