A vaquinha da Gaviões da Fiel, que visa quitar a construção da Neo Química Arena, ganhou ares de palanque para pessoas e marcas que desejam se promover às custas da ação promovida pela torcida organizada do Corinthians. Empresas e famosos aproveitaram a onda da vaquinha para fazer a própria publicidade ou posar em fotos segurando o certificado de doador.
Por exemplo, o Fielzone, camarote com choperia que fica localizado dentro da Arena, realizou a 24ª maior doação para a vaquinha e usou a contribuição para criar uma campanha e incentivar outros torcedores a doarem. Os ingressos para o camarote, mesmo em jogos de menor importância, não saem por menos de R$ 700.
Um dos casos mais emblemáticos até o momento é o da Fatal Model, agência on-line de acompanhantes, que doou R$ 200 mil com o intuito de se aproximar do marketing do Corinthians. A empresa se ofereceu até para pagar o salário de Paul Pogba caso o volante francês fosse contratado. O caso chamou a atenção como possível "marketing de emboscada". Na visão de especialistas consultados pelo UOL, esse tipo de campanha, que visa utilizar a imagem de uma instituição para beneficiar uma marca, pode até justificar um processo. A prática, na maioria das vezes, não é vista como ilegal, mas tem base jurídica.
Ex-jogadores também usaram a campanha para fazer média com a torcida alvinegra. Cássio e Emerson Sheik, por exemplo, estão no top 30 do ranking de maiores doações.
Lançado há exatamente um mês, o projeto "Doe Arena" arrecadou cerca de R$ 34 milhões. A vaquinha tem o objetivo de zerar a dívida do Corinthians com a Caixa, mas está bem longe da meta: cerca de R$ 700 milhões. Após um início bombástico, a vaquinha perdeu força e sofre para "virar o dígito" ainda em 2024. O ritmo é bem distante do lançamento, quando foram necessárias apenas três horas para arrecadar o primeiro milhão. Segundo atualização da última quinta (26), foram doados R$ 33,6 milhões até aqui.