O Corinthians descartou a possibilidade de ser patrocinado pela Fatal Model, site de anúncios de acompanhantes, que se propôs a ajudar na contratação do francês Paul Pogba. A empresa se ofereceu para pagar o salário de Pogba, em publicação nas redes sociais, mas não houve avanços com o Timão. Em nota, a Fatal Model informou que "deu início à negociação com o Corinthians". Porém, o UOL apurou que o único contato entre as partes foi através de um e-mail enviado pela empresa. Nenhuma outra conversa com dirigentes aconteceu, nem mesmo de maneira informal.
Dois motivos brecaram o patrocínio: a chance mínima de contratar Pogba e a preocupação do clube com sua própria imagem. O Timão demonstrou interesse no francês, mas descartou sua chegada muito rapidamente pelas altas cifras envolvidas. Além disso, fontes afirmaram à reportagem que o patrocínio dificilmente passaria pelo compliance do clube, uma vez que possui atividade incompatível com diretrizes internas. Por fim, o Corinthians entende que, por já contar com uma estrela estrangeira no elenco, Memphis Depay, deve garimpar reforços ao invés de buscar apenas por nomes midiáticos. Uma das premissas do departamento de futebol para 2025 é usar recursos já existentes em caixa para contratações pontuais.
Marketing de emboscada pode gerar processo. Nos últimos dias, a Fatal Model 'surfou' na onda da contratação de Pogba e, na última quarta-feira (18), doou R$ 200 mil à vaquinha que visa quitar a dívida do Corinthians com a Caixa. Neste meio tempo, o site de acompanhantes publicou uma propaganda com a presença de ídolos alvinegros — Marcelinho Carioca, Vampeta e Edilson Capetinha —, reforçando a ideia do patrocínio. Na visão de especialistas, esse tipo de campanha, que visa utilizar a imagem de uma instituição para beneficiar uma marca, pode configurar 'marketing de emboscada' . A prática, na maioria das vezes não é vista como ilegal, mas tem base jurídica para processo. É passível de processo com base no artigo 186 do Código Civil.
Eles estão tendo um enriquecimento ilícito em cima do clube, porque não há nenhum contrato. Eles estão 'surfando' na onda da fiel torcida sem estar pagando por isso, porque, em teoria, R$ 200 mil é uma doação para o estádio, não há pagamento para o clube. Ou seja, eles estão tendo um retorno financeiro sem custo nenhum. De fato, estão usando indevidamente, colando a imagem deles no clube, sem pagar o valor que realmente vale. Higor Maffei Bellini, presidente da comissão de direito desportivo da OAB Butantã, ao UOL Relacionadas Corinthians: Empresa que tentou patrocinar Pogba faz maior doação à Arena Corinthians, Boca e mais 2: quem parou Real no Mundial ou Intercontinental De contrato renovado com Corinthians, Carrillo já vendeu pipoca no circo. A reportagem entrou em contato com a Fatal Model, mas não recebeu resposta até a publicação. Caso a empresa se manifeste, o texto será atualizado.