O torcedor do Corinthians responsável por comprar uma cabeça de porco e levá-la à Neo Química Arena na última segunda-feira se apresentou nesta quarta-feira à Polícia Civil. Osni Fernando Luiz prestou depoimento na Delegacia de Polícia de Repressão aos Delitos de Intolerância Esportiva (Drade), assinou um termo e foi liberado na sequência. Osni Fernando Luiz, que apareceu em vídeos nas redes sociais com a cabeça do porco, admitiu ter comprado a parte do animal, mas negou que tenha sido o responsável por atirá-la no gramado durante o clássico entre Corinthians e Palmeiras. – Nós pensamos: vamos para a frente da arena, no estacionamento, nós pegamos a cabeça e tiramos algumas fotos. Eu comprei a cabeça de porco no mercadão da Lapa, paguei por ela – declarou o torcedor. – Eu estava bêbado e arremessei lá por um canto do estádio, no setor Sul. Achei que alguém ia achar e jogar fora. Ou que ia tirar foto. Eu não sei (quem jogou no gramado) – completou. Apesar da polêmica gerada e do risco de punição ao Corinthians por conta do ocorrido, Osni Fernando Luiz se defendeu: – A provocação é sadia, não peguei barra de ferro para agredir ninguém, não dei soco em ninguém. O futebol tem que parar com isso, o futebol raiz tem que viver, nos anos 1990, todo mundo ia para o jogo junto, brincava com o outro. Hoje chegou em uma proporção que estão acabando com o futebol.
Na última terça o Corinthians enviou imagens à Polícia para ajudar a esclarecer o caso. Ao clube interessa identificar o responsável pelo ato para evitar uma punição. O arremesso da parte do animal foi relatado na súmula da partida pelo árbitro Wilton Pereira Sampaio. O Timão pode ser enquadrado no artigo 213 do Código Brasileiro de Justiça Desportiva, que trata sobre prevenir ou reprimir lançamentos de objetos no campo ou local da partida. Caso não identifique o infrator, o Timão corre o risco de ser punido até mesmo com perda de mando de campo. Ainda durante o jogo, dois homens foram detidos e conduzidos ao Jecrim, o Juizado Especial Criminal, por supostamente terem participado do ato. Porém, eles negaram envolvimento, não quiseram assinar transação penal (pagamento de multa para evitar punição) e foram liberados após prestar depoimento.