Fábio Mota, presidente do Vitória, desabafou sobre a falta de fair play financeiro no futebol brasileiro e fez duras críticas ao Corinthians. Em entrevista coletiva, Mota foi questionado sobre a briga na tabela do Brasileirão contra times com maior investimento, e destacou a disparidade de investimento no futebol nacional. Ele apontou que clubes com investimento muito maior continuam contratando sem pagar ninguém, e citou o Corinthians como exemplo, que contratou um jogador para receber R$ 3 milhões por mês, ao mesmo tempo em que enfrenta dificuldades para quitar os salários e acumula uma dívida superior a R$ 2,5 bilhões.
Mota ressaltou a ausência de fair play no Brasil, apontando a falta de limite de gastos dos clubes. Ele criticou o fato de que, no futebol brasileiro, muitos dirigentes deveriam estar presos por terem acabado com clubes, sem que tenham sido responsabilizados judicialmente. Segundo ele, o futebol no Brasil é uma "terra sem lei", onde muitos assumem clubes, estouram o orçamento e saem sem arcar com as dívidas, prejudicando a saúde financeira das equipes.
O dirigente do Vitória ainda mencionou a questão das Sociedades Anônimas do Futebol (SAF), apontando que a solução vendida como forma de resolver problemas financeiros nem sempre é eficaz. Ele citou o case do Vasco, que adotou uma SAF e acabou entregando para "qualquer um", o que resultou na falência do clube e no retorno ao status de associação, sem que as dívidas tenham sido resolvidas. Mota enfatizou a importância de se ter cuidado na escolha de investidores para os clubes, destacando que não basta o nome de uma SAF para garantir a solução dos problemas financeiros.