O Corinthians teve uma janela de transferências pra lá de agitada neste meio de ano. Do gol à ponta esquerda, o clube contratou nove reforços, sendo que o último a chegar foi um nome bombástico: o holandês Memphis Depay. Ciente de que precisava de quantidade e qualidade para melhorar o elenco, o Corinthians mudou a postura em relação à janela do começo do ano e apostou em jogadores que estavam livres ou que poderiam chegar sem custo tão elevado. O trabalho para melhorar o elenco envolveu muitas áreas: financeiro, jurídico, marketing, comissão técnica... foram muitos os envolvidos, mas dois personagens tiveram papel fundamental: o diretor executivo Fabinho Soldado , que conduziu as negociações, e o gerente de análise de mercado Renan Bloise , responsável por garimpar talentos e oportunidades.
A dupla recebeu a reportagem do ge no CT Joaquim Grava na última quinta-feira e contou detalhes e bastidores da atuação do Corinthians na última janela de transferências. Fabinho e Renan também explicaram a mudança pela qual passou o Centro de Inteligência de Futebol (CIFUT), dividido em duas áreas: uma responsável pela análise de desempenho da própria equipe e dos adversários e outra exclusiva para cuidar de chegadas e saídas de jogadores.
Antes, o Cifut era responsável pela análise de desempenho do Corinthians e dos adversários e também auxiliava a diretoria na análise de mercado. Neste ano, porém, isso mudou. Gostaria que você explicasse por que isso. (Fabinho) – Criamos um departamento totalmente voltado ao mercado, visando a chegada de novos atletas e um pouquinho também da avaliação do nosso elenco. Ele realiza um trabalho de monitoramento, de acompanhamento, todo um "hot list" por posição. Você precisa entender as características da equipe e as necessidades.
Como é a dinâmica de trabalho envolvendo a área de análise de mercado, a comissão técnica e os demais departamentos do clube? (Fabinho) – Essa roda está sempre girando, né? Numa apresentação que fizemos a gente usa exatamente essa roda, porque ela passa por todos os departamentos, inclusive o presidente. O Renan está em quase todas as áreas, ele entende o que a comissão técnica precisa, a necessidade de cada posição, qual é a característica do atleta, o jeito do Corinthians jogar...
O trabalho que a gente procura exercer sempre é ter como principal ponto a proatividade. A função do departamento é essa. A gente está atento dentro das necessidades que a gente vê dentro do elenco, vamos organizando nossas ideias, o caminho com a diretoria, a comissão técnica e vai trabalhando. Por exemplo, acabamos de fechar a janela, e já estamos começando o trabalho para a próxima. A prioridade é essa.
Como vocês chegaram até o Memphis Depay? Ele foi oferecido ao Corinthians ou surgiu de uma busca ativa? (Fabinho) – Todos os dias, às vezes repetidamente, os atletas são oferecidos diversas vezes, às vezes por várias pessoas. Por isso que a gente procura fazer o contato direto com a agência que está trabalhando para que a gente consiga realmente ter a resposta mais rápida. E o Memphis foi esse trabalho colaborativo com todas as áreas.
A grande contratação da janela foi o Memphis. Porém, antes, outro nome bombástico esteve relacionado ao Corinthians : Balotelli. Esta contratação foi discutida pelo departamento? (Renan) – Sim. A nossa parte do departamento é essa, dar a avaliação, parecer técnico de cada atleta, cada nome que a gente trata, seja positivo ou negativo, dizer o que é que a gente acredita.
E Kurzawa e Sergio Ramos? Chegaram a ser analisados ou não chegou a isso? (Renan) – A gente analisa todos os nomes que vêm aqui, acho que muda às vezes é o momento, até o planejamento que a gente tem a nível de posição, de repente é um nome que não é para uma posição de emergência, ou não seja o nome que a gente estava buscando para reforçar alguma outra posição. Isso é importante e também entra.