Embora ainda esteja na zona de rebaixamento do Brasileirão, o Corinthians conseguiu aliviar nas últimas semanas um pouco da pressão enfrentada pela equipe. Na briga pelos títulos das Copas do Brasil e Sul-Americana e reforçado por nomes de peso, como Carrillo e Memphis Depay, o Timão renovou suas esperanças em dias melhores. Fora de campo, porém, os bastidores seguem agitados. O presidente Augusto Melo ainda lida com a sombra do pedido de impeachment, cobranças de aliados e vem tendo atritos com Romeu Tuma Júnior, presidente do Conselho Deliberativo. Augusto e outros cinco investigados pela Comissão de Ética do clube apresentaram suas defesas no processo que apura possíveis irregularidades no pagamento de comissão do contrato de patrocínio da VaideBet. Resta a de Marcelo Mariano, diretor administrativo, que deve se manifestar nos próximos dias.
No momento, a avaliação dos membros da Comissão de Ética do Corinthians é de que é preciso aguardar a investigação feita pela Polícia Civil antes de proferir uma sentença, de modo a evitar a condenação de inocentes ou a absolvição de culpados. Porém, enquanto o processo estiver aberto, Augusto estará mais suscetível a pressões. Nas últimas semanas, um dos grupos que deram sustentação à eleição dele, no ano passado, aumentou o tom das cobranças. Trata-se do “União dos Vitalícios”, formado por conselheiros de longa data e que têm como integrantes o primeiro vice-presidente do clube, Osmar Stábile, e o presidente do Conselho, Romeu Tuma Jr.
O União dos Vitalícios, em recente encontro, reuniu reivindicações e decidiu levá-las a Augusto Melo. Há cobrança sobre maior participação dos órgãos fiscalizadores na gestão, com consultas de projetos ao Conselho Deliberativo e ao CORI. Em resumo, querem maior protagonismo para os conselheiros na tomada de decisões do clube. Atualmente, o União dos Vitalícios tem 52 membros, dos quais 42 fazem parte do Conselho. Eles foram uma das forças políticas que apoiaram a candidatura de Augusto Melo e dão sustentação para a gestão dele. Numa votação de impeachment ou de aprovação de contas, por exemplo, eles teriam papel importante.