O "Movimento Reconstrução SCCP", formado por conselheiros de oposição do Corinthians, rebateu a acusação de golpe feita por apoiadores do presidente Augusto Melo. Os conselheiros enviaram um documento com 86 assinaturas a Romeu Tuma Junior, presidente do Conselho Delibrativo, no último dia 26. O requerimento em questão pede a destituição de Augusto e foi encaminhado para análise da Comissão de Ética do clube. Após ser comunicado, caberá ao presidente do Timão apresentar sua defesa. No requerimento, conselheiros tratam o Corinthians como "vítima de crimes cometidos pelos próprios dirigentes" e reforçam que o que motivou o pedido de destituição foi, por exemplo, o valor de R$ 25 milhões pelo serviço de intermediação no contrato com a ex-patrocinadora VaideBet e o contrato de permuta com a Gazin, em que o clube cedeu camarote, espaço nas camisas de treino e placa no CT por R$ 104 mil em camas e colchões. Ambos os acordos foram expostos inicialmente pela Gazeta Esportiva.
Augusto Melo, após a vitória do Corinthians sobre o Flamengo no último domingo, questionou o requerimento e disse não temer sofrer processo de impeachment. "Isso já foi para a Ética, ela que decide lá, vamos nos defender. Acho ótimo, o Corinthians tem que agir com rigor, nós somos limpos, transparentes, e estamos à disposição. Não estou preocupado com o impeachment, estou preocupado em tirar o Corinthians dessa situação. Isso que esses caras deviam fazer. Eles estão contando assinatura e sabe se lá quem assinou, vocês vão saber já já", disse Augusto em zona mista. "Jogada política...
Ao longo desta terça-feira, algumas faixas foram espalhadas no Parque São Jorge por apoiadores de Augusto Melo, com os seguintes dizeres: "Não haverá golpe". O Parque São Jorge amanheceu com faixas de apoio a Augusto.
O "Movimento Reconstrução SCCP" entende que o presidente do Corinthians adota discurso "vitimista", com a mesma estratégia dos tempos de campanha. O grupo também reforçou que não pretende tentar qualquer tipo de golpe, e que o requerimento está dentro da legalidade...
A cada vez que o presidente Augusto Melo fala, mais fica claro o motivo de os poucos que ainda estão ao seu lado tentarem mantê-lo longe dos microfones. Há um ano, o então candidato à presidência do Corinthians bradava que forças do mal queriam derrubar sua candidatura. “Não vai ter golpe”, dizia aos quatro cantos. Um ano depois, a posição mudou – o candidato virou presidente –, mas o discurso parou no tempo...