Debutante, vice-líder da primeira fase, melhor ataque. O Athletic já fez “barulho” com títulos em âmbito estadual em Minas Gerais nos últimos anos e contratações de impacto, como as de Loco Abreu, Ricardo Oliveira e Sassá. Só que desde 2023, o time de São João del Rei tem arregaçado as manguinhas também no Campeonato Brasileiro. Promovido da Série D em 2023 no primeiro ano na competição, o Esquadrão de Aço faz grande campanha e inicia nos próximos dias a luta pelo acesso na segunda fase da Série C. E o responsável pelo comando neste grande momento do Alvinegro é um velho conhecido do futebol nacional. Ex-atacante de Botafogo, Corinthians, São Paulo, Internacional e outros clubes, Roger Silva assina o trabalho. + Seja o primeiro a saber as notícias do esporte! Clique aqui e siga o ge Zona da Mata no WhatsApp Com histórico recente de títulos, DNA ofensivo e um projeto sólido no entorno, o treinador tenta conduzir o Athletic, a segunda SAF do futebol brasileiro, ao acesso e ao título da terceira divisão nacional. “O Athletic está em ascensão. Eu estou muito feliz de ainda fazer parte desse projeto, que começou muito simples, mas que, hoje, com certeza vai voar alto. Não tem como. A gente sabe a receita do futebol: fazer o certo, cumprir com aquilo que foi combinado em contrato, trazer bons atletas, com perfil de querer estar no clube e ter uma boa estrutura”. — Roger Silva, técnico do Athletic

O relato de Roger Silva é de quem se sente em casa em São João del Rei. Esta é a terceira temporada dele no comando da equipe mineira. Com exceção dos segundos semestres de 2022, quando foi para o Inter de Limeira, e 2023, metade do ano em que comandou Pouso Alegre, Manaus e Primavera, ele esteve à frente do Esquadrão de Aço. Com a chegada às semifinais do Estadual e as conquistas do Mineiro do Interior (2022 e 2023), Recopa Mineira (2023) e Troféu Inconfidência (2024), o treinador chegou com moral para conduzir o projeto na estreia do time na Série C do Brasileirão. A equipe foi de vento em popa. Com 40 dos 57 pontos possíveis somados, o Alvinegro foi vice-líder da primeira fase, um ponto atrás do Botafogo-PB, primeiro colocado. De acordo com Roger, a captação de jogadores que já integraram o projeto e a busca de outros atletas com motivação para crescer na carreira geraram os bons resultados.

Roger afirma que a repetição dos trabalhos e o oferecimento de oportunidades a todos do setor têm sido fundamental para que o ataque vá bem, como uma extensão do coletivo. — A parte ofensiva é algo em que realmente eu invisto tempo. Como ex-atacante, busco fazer muitos jogos táticos ofensivos para que possamos ter as ideias muito claras de como atacar. Tenho feito muitos vídeos dos adversários, mostrando as falhas deles, identificando onde teremos brechas para infiltrar e entrar. — Acho que a rapaziada comprou nossa ideia e modelo de jogo ofensivo, de sempre, de atacar as linhas e evitar pedir a bola no pé e, sempre atacar o espaço do adversário, buscar a profundidade, colocar o adversário para trás. Quanto mais próximo ele estiver do gol dele, mais difícil é para se defender — acrescentou.

A escalada de conquistas da equipe, que divide com o Tombense o status de quarta força de Minas Gerais, somada à campanha consistente na terceira divisão nacional, deixa Roger ainda mais confiante de coisas maiores podem vir em 2024. Apesar de considerar o Grupo B, que conta com Ferroviária-SP, Ypiranga-RS e Londrina, muito equilibrado, o treinador entende que o time tem força suficiente para brigar tanto pelo acesso, quanto pela taça da terceira divisão.

Além de dividir os méritos com os jogadores e comissão técnica, Roger Silva reconhece o trabalho da Sociedade Anônima do Futebol, a segunda criada no Brasil, atrás apenas da SAF do Cruzeiro. De acordo com ele, o Esquadrão de Aço canaliza esforços para melhorar o Centro de Treinamento em Santa Cruz de Minas, com a finalização de dois campos de futebol e o início das construção de um prédio de performance, onde haverá estruturas de fisioterapia, sala de musculação, fisiologia e consultório de psicologia.

Os números estão bons, a equipe joga bem, o projeto anda sozinho. Muitos fatores conspiram para que as coisas deem certo para o time. No entanto, o treinador faz um alerta importante e lembra que o futebol não é lógica e, pela força dos adversários que virão pela frente, o Athletic não pode relaxar. — Eu acho que a chave para o acesso é repetir o que tem sido feito até agora. Na reapresentação, eu já disse ao grupo: “Olha, temos nada ganho, vai mudar nada. Nós vamos continuar trabalhando como a gente tem feito, buscando melhorar a cada jogo, a cada treino, e continuar a fazer aquilo que nós fizemos até agora e fizemos com excelência”. Não precisamos inventar, mudar esquema tático ou trazer alguma coisa nova. O foco é aprimorar aquilo que tem sido feito com excelência nessas 19 rodadas — finalizou. O Athletic enfrenta o Londrina na estreia da segunda fase da competição. Os times entram em campo na segunda-feira, a partir das 20h, no Estádio do Café, em Londrina.