César Saad, delegado da Polícia Civil que atua na Delegacia de Repressão aos Delitos Esporte (DRADE DOPE), falou sobre as investigações acerca de uma suspeita de milícia digital no Corinthians. Neste momento, a Polícia apura se o movimento de mensagens de ódio nas redes sociais partem a comando de pessoas de dentro do clube ou se são ações individuais.
"Na verdade, a gente não tem um prazo específico para a conclusão do inquérito, pois temos desdobramentos acontecendo, vem crescendo o número de vítimas que procuram a delegacia, pessoas ligadas ao Corinthians, jornalistas, então esse prazo na verdade não existe. Em relação a afirmar se tem alguém do Corinthians ligado, esse é o caminho que a polícia esta apurando. Mas hoje, pela matéria que o Salazar subiu, uma pessoa que também é vítima desses inquéritos fala que não se trata de oposição do Corinthians, e sim de pessoas ligadas à atual gestão do clube, que estariam envolvidas em uma suposta milícia digital", disse Saad.
O delegado deixou claro que vem recebendo Boletins de Ocorrência de ameaças de jornalistas e de pessoas de dentro do próprio Corinthians. A Polícia está apurando a origem dessas mensagens de ódio nas redes sociais, que podem configurar como crime de associação criminosa. "Tem a investigação em andamento, alguns BOs de ameaças foram registrados, temos prints que mostram evidentes o teor dessas ameaças de morte. A Polícia Civil está investigando. Neste momento, apuramos se são atos isolados, de pessoas que fazem de forma individual, que vão responder pelo crime de ameaça, ou se é um movimento coletivo, de uma ação orquestrada em grupo, e aí sim pode se tratar de uma associação criminosa", disse Saad.
"Se for comprovada que existe essa participação coletiva, eles podem responder também por associação criminosa e pelo crime de ameaça".
"Nesse momento estamos identificando todos os perfis de internet que proferiram ameaças. A internet não é um mundo sem lei, nós disponibilizamos de ferramentas para identificar esses perfis. Nós trabalhamos para identificar esses crimes", complementou.
Nesta terça-feira, a notícia que veio a tona foi que a Polícia Civil está investigando a relação da gestão Augusto Melo, no Corinthians, com influencers digitais que, desde a época de campanha eleitoral e também após a vitória nas urnas, agem com o intuito de promover e proteger a diretoria do clube nas redes sociais.
A suspeita de uma eventual ação criminosa e orquestrada por meio de milícia digital, fonte de fake news e de ataques virtuais, está sob apuração dos departamentos de Operações Policiais Estratégicas (Dope) e Polícia de Proteção à Cidadania (DPPC), com apoio do Gaeco (Crime Organizado). A ação das autoridades foi iniciada após conselheiros do clube e jornalistas procurarem a polícia para relatar movimentações coletivas e ameaças, principalmente, nas redes sociais, mediante a todo e qualquer tipo de manifestação, porventura, interpretada como contrária ou de desagrado a atual administração corintiana.