O Corinthians acertou a venda do atacante Wesley ao Al-Nassr, da Arábia Saudita, por cerca de R$ 110 milhões, mas parte desse valor não deve entrar nos cofres do clube devido a processos judiciais movidos pelo empresário André Cury. Por ordem da Justiça de São Paulo, o Al-Nassr terá de depositar em juízo R$ 14 milhões para obter a liberação de Wesley junto à CBF. O Corinthians tentou recorrer da decisão na última segunda-feira, mas o pedido não foi acatado. O clube ainda pode buscar recursos em outras instâncias ou tentar um acordo amigável com o agente.
André Cury move cinco ações de cobrança contra o Timão que totalizam mais de R$ 30 milhões. Em três destes processos, o empresário conseguiu penhorar antecipadamente valores que o clube venha a receber por eventuais vendas de atletas. Além de Wesley, estão na lista Yuri Alberto, Pedro Raul, Guilherme Biro e Giovane. Porém, em dois destes processos, André Cury já conseguiu bloquear quantias em dinheiro que estavam disponíveis em contas bancárias do Corinthians, totalizando quase R$ 11 milhões. Assim, nestes casos não seria necessária a penhora de mais valores.
Há duas semanas, a CBF enviou ofício à Justiça de São Paulo informando que irá cumprir as decisões. Os R$ 14 milhões que devem ser penhorados têm relação com uma dívida de direitos de imagem do Corinthians com atletas agenciados por André Cury. São eles: Ederson, Otero, Cazares e Yago (goleiro). As pendências financeiras do clube com o empresário vêm desde 2020 (no mandato de Andrés Sanchez), e foram repactuadas no ano passado pelo ex-presidente Duilio Monteiro Alves. Porém, o Timão não honrou o combinado e, assim, Cury acionou a Justiça para receber.
Apesar das disputas na Justiça, o empresário segue fazendo negócios com o Corinthians. Ele intermediou as contratações do técnico Ramón Díaz e do volante Charles pelo clube no mês passado. A venda de Wesley foi acertada no último final de semana. Por conta da negociação, ele não foi relacionado para a partida contra o Fortaleza, no domingo.