O Conselho Deliberativo do Corinthians recebeu, no fim da tarde desta segunda-feira, o requerimento que solicita a destituição de Augusto Melo da presidência do Corinthians. O documento é de autoria do "Movimento Reconstrução SCCP", grupo intitulado como "apartidário" e que reúne conselheiros de diversas chapas que superaram diferenças pelo interesse em comum na saída de Augusto e sua diretoria do poder. "O Movimento Reconstrução nada mais é do que uma ação apartidária, que reúne conselheiros independentes de diversos grupos que, sim, têm opiniões diferentes sobre vários temas, mas sabem que nesse momento é preciso deixar essas diferenças de lado e focar no bem maior, que é o Corinthians”, explicou o conselheiro vitalício e ex-presidente Mário Gobbi em nota oficial divulgada pelo grupo à imprensa.
"O Corinthians está no limite. Não suporta mais todo esse desmando, toda essa confusão e falta de gestão. É preciso organiza-lo o quanto antes, seja para o clube parar de sangrar, seja para que nosso time dê a resposta no campo e saia dessa situação no Campeonato Brasileiro que aflige a todos nós", complementou Gobbi, que apoiou André Negão na última eleição presidencial.
O documento de 19 páginas enviado ao Conselho Deliberativo, de autoria do "Movimento Reconstrução SCCP", contém 90 assinaturas. O grupo alega que o principal problema da atual gestão é o "escândalo que comprometeu indevidamente R$ 25 milhões dos cofres do clube por trabalho de intermediação que não aconteceu na negociação do contrato com a VaideBet". O caso, além de estar sendo investigado pelo clube, é tratado com atenção pela Polícia. O grupo pede, além do afastamento de Augusto, "que o presidente do Conselho Deliberativo Romeu Tuma Jr. cumpra o que está no estatuto e chame a reunião extraordinária para tratar do assunto".
Romeu Tuma Júnior, presidente do Conselho Deliberativo e responsável por comandar todo o processo, deve encaminhar, até o fim desta semana, o requerimento de destituição de Augusto Melo, recebido nesta segunda, à Comissão de Ética, para que o documento seja anexado ao processo, já em curso, de apuração sobre as ações do mandatário e outros seis investigados: Armando Mendonça (vice); Rozallah Santoro (ex-diretor financeiro); Yun Ki Lee (ex-diretor jurídico); Fernando Perino (ex-diretor adjunto jurídico); Marcelo Mariano (diretor administrativo) e Rubens Gomes (ex-diretor de futebol).
"Um caso desse não pode demorar, não deve durar nem dois meses. Eu não vou arquivar e julgar ninguém sozinho, vou cumprir o estatuto, votando no plenário. Seja qual for o parecer, vai votar. Vai ter que ser no voto. Busquei o caminho mais claro, mais transparente e regimentário", explicou Romeu Tuma Jr, após ser procurado pela Gazeta Esportiva.