Dyego Coelho, ex-treinador e jogador do Corinthians, relembrou como os conselhos e a convivência com os técnicos Tite e Levir Culpi o ajudaram a detectar um problema na base do Timão. O que aconteceu Coelho dirigiu a equipe sub-20 do Corinthians na Copa São Paulo de Futebol Júnior 2020. O profissional conta que, antes do início da competição, sentiu os jogadores abatidos com alguma questão.
Ainda quando jogador, o ex-lateral foi treinador por Tite e Levir Culpi, os quais cita como referência no trato com o atleta. Em entrevista ao Zona Mista do Hernan, ele conta como conseguiu ajudar na questão e blindar o ambiente. O Tite tinha a palavra final, mas ele escutava, isso desde 2004, a liberdade que ele dava para a comissão dele trabalhar era algo absurdo. O Levir foi o primeiro treinador que perguntou para mim: "Está tudo bem, como está a família?". Sempre falo isso para ele quando o encontro, ele diz: "Coelho, se você não está bem com a sua família você está morto, vou perder um jogador". Então foi isso que comecei a levar junto comigo para ser treinador. Na base você tem muito atleta da favela, e se você não tomar cuidado você perde esse jogador Coelho, ao UOL.
Por ter aprendido algumas coisas com o Tite e com o Levir, e no Corinthians tem aquela coisa de Copa São Paulo, que vira uma Copa do Mundo, chegou dezembro e senti que tinha alguma coisa estranha. Meu analista disse que os meninos estavam chegando de cabeça baixa, tristes, eram para estarem empolgados, era a oportunidade da vida. Aí cheguei em dois e perguntei: 'Está tudo bem? O que está acontecendo?' Fiz apenas essas duas perguntas e um já começou a chorar. Levei para uma sala e me contou que um pai abusava da sobrinha, o outro pai tava preso, e aí comecei a entender que não valia nada o atleta se o ser humano não estivesse bem.