Permitam-me a licença poética. Cansado de sofrer, o coração corinthiano teve mais uma noite para esquecer neste sábado, no Maracanã, no empate sem gols contra o Fluminense, pela 23ª rodada do Campeonato Brasileiro. Poupando titulares nos jogos válidos por copas, o Corinthians tinha como objetivo ser mais competitivo e sair das últimas posições do Brasileirão. Mas o que se tem visto é um time com rendimento melhor com os reservas do que com os titulares. O desempenho atual é ruim. São cinco jogos sem vencer na competição colocada como prioridade. O duelo contra o Fluminense era fundamental, tratado internamente como uma final, para começar uma reação e uma escalada na tabela. O empate não é de todo ruim, tirou o time momentaneamente do Z-4, mas ainda é muito pouco para mudar a atual perspectiva. O atual Corinthians demonstra que vai brigar até as últimas rodadas contra o rebaixamento. A situação fica mais preocupante à medida que o tempo passa, que cada rodada termina. O Timão entra em campo novamente na terça-feira, às 21h30 (de Brasília), contra o Bragantino, no segundo e decisivo jogo das oitavas de final da Copa Sul-Americana. A vitória no jogo de ida, fora de casa, garantiu ao Timão a vantagem do empate. Pelo Brasileirão, o próximo compromisso é diante do Fortaleza, no domingo (25), às 16h, no Castelão. Eu não sabia mais o que fazer… A frase pode facilmente resumir a principal chance de gol do Corinthians no primeiro tempo. Pedro Raul recebeu lançamento, ia ganhando na velocidade do marcador, mas trocou a boa chance de finalizar no gol por reclamar de um puxão de Ignácio no lance. O árbitro nada marcou, Pedro Raul ficou sem a bola e com uma bronca de Ramón Díaz que queria ao menos o chute do centroavante. Pouco inspirado, o Timão manteve a formação com três zagueiros e uma proposta de contra-atacar o Fluminense no Maracanã.
Apesar de ter corrido poucos riscos na defesa - Hugo Souza fez uma grande defesa em cabeçada de Kauã Elias -, o Timão sofreu com a falta de criatividade do isolado Rodrigo Garro em seu meio de campo. Matheus Bidu, mantido como titular na esquerda, não conseguiu repetir a boa atuação e fazer a dobradinha com Talles Magno. Outro que ganhou voto de confiança de Ramón, Pedro Raul não teve mais nenhuma chance além daquela em que preferiu trocar a finalização por uma possível falta. O primeiro tempo terminou com o Corinthians tendo menos posse de bola, apenas três finalizações e a estratégia sem surtir efeito.
Doutor, eu não engano… O diagnóstico parece ter ficado ainda mais claro no segundo tempo: o sofrimento promete durar até o fim do Campeonato Brasileiro se o desempenho atual for o parâmetro utilizado. Ramón Díaz voltou do intervalo com Giovane no lugar de Talles Magno. Sem conseguir ensaiar qualquer pressão e criar chances perigosas ao gol de um Fluminense repleto de desfalques, o treinador argentino mudou mais uma vez. Rodrigo Garro deixou o campo para a entrada de Wesley.
Poucos minutos depois, o Corinthians conseguiu marcar em jogada que começou com desarme de Ryan, arrancada de Wesley e que terminou em finalização de Charles. Na revisão do lance, o gol foi anulado por falta na origem da jogada. Outras mudanças feitas por Ramón não surtiram efeito. Deixaram o campo Félix Torres, Matheus Bidu e Pedro Raul para as entradas de Igor Coronado, Hugo e Pedro Henrique. Nada mudou. O Corinthians pouco criou e passou os minutos finais no Maracanã mais preocupado em não perder do que vencer um concorrente direto na parte de baixo da tabela. Agora resta saber o quanto o coração corinthiano é capaz de aguentar até o fim do Brasileirão.