Nesta quinta-feira (18), Rozallah Santoro, ex-diretor financeiro do Corinthians, confirmou à polícia que houve ingerência do diretor administrativo do clube no pagamento da comissão do patrocínio da Vai de Bet. Em depoimento à Polícia Civil, Rozallah confirmou que o pagamento da comissão do patrocínio da Vai de Bet à Rede Social Media Ltda., empresa da qual o intermediário Alex Cassundé é sócio, foi realizado durante sua ausência, enquanto viajava ao Uruguai.
Quando ele retornou, Roberto Gavioli, ex-gerente financeiro, reportou que Marcelo Mariano, mais conhecido como Marcelinho, diretor administrativo, havia ido quatro vezes ao andar do departamento para conversar e cobrar o pagamento da nota fiscal emitida pela Rede Social. Gavioli efetuou o pagamento após a insistência do diretor. Rozallah admitiu atritos com Marcelinho, causados por outras ingerências do braço direito de Augusto Melo, apesar de não citar quais foram. Segundo Santoro, foram essas atitudes que motivaram sua saída do cargo no departamento financeiro.
A comissão de R$ 25,2 milhões para a empresa Rede Social Media Design é o que desencadeou o caso. A Rede Social Media Design pertence a Alex Fernando André, conhecido como Alex Cassundé, que trabalhou na campanha do presidente Augusto Melo. Cassundé é parceiro do diretor de marketing do Corinthians, Sergio Moura. Sergio pediu licença do cargo. A Rede Social Media Design recebeu dois pagamentos do Corinthians, no valor de R$ 1,4 milhões, e repassou pouco mais de R$ 1 milhão para a Neoway Soluções Integradas em Serviços Ltda.
Os dois pagamentos para a Rede Social foram feitos em um intervalo de três dias e à revelia do diretor financeiro do Corinthians, Rozallah Santoro, que estava fora do Parque São Jorge. As transferências foram determinadas pelo diretor administrativo, Marcelo Mariano, sob alegação de que a Rede Social havia emitido notas fiscais e pagado os impostos.
Em nota oficial após a divulgação da polêmica da "laranja", o Corinthians disse que a negociação foi legal e que não se responsabiliza sobre eventuais repasses a terceiros. "Todas as negociações, incluindo patrocínios, se deram de forma legal com empresas regularmente constituídas. O clube destaca que não guarda responsabilidade sobre eventuais repasses de valores a terceiros. Caso sejam apresentadas quaisquer provas de ilícitos, estes serão discutidos junto ao Conselho Deliberativo para providências que se fizerem necessárias."