A Polícia Civil de São Paulo ouviu nesta quinta-feira Rozallah Santoro, ex-diretor financeiro do Corinthians . O antigo dirigente da gestão Augusto Melo prestou esclarecimentos sobre a ingerência no departamento que resultou no repasse de R$ 1,4 milhão do clube para a Rede Social Media Design, empresa responsável por intermediar o contrato com a VaideBet. Dos R$ 1,4 milhão recebidos, a Rede Social Media Design, que tem como sócio Alex Cassundé, repassou mais de R$ 1 milhão para uma empresa considerada laranja pelas autoridades, a Neoway Soluções Integradas. A Polícia também intimou para depor Roberto Gavioli. Porém, a oitiva foi adiada, já que o ex-gerente financeiro do Corinthians está fora do país. Rozallah, na saída da delegacia, deu um rápido depoimento, mas sem detalhar o conteúdo em virtude do segredo de justiça do caso. – Questão do sigilo não posso comentar, mas posso dizer que foi uma conversa tranquila. Alguns pontos com relação aos procedimentos internos do departamento foram esclarecidos, os procedimentos de dia a dia. Foi uma conversa rápida e tranquila – declarou na saída da 3ª Delegacia do Departamento de Polícia de Proteção a Cidadania (DPPC).
Segundo fontes ligadas à Polícia Civil, em depoimento, Rozallah confirmou que o repasse milionário à empresa de Alex Cassundé foi realizado sob ingerência no departamento financeiro do Corinthians . No relato, o ex-diretor financeiro afirma que Marcelo Mariano, diretor administrativo, cobrou quatro vezes Roberto Gavioli para a liberação do pagamento à Rede Social Media Design, enquanto Rozallah estava em uma viagem com o Corinthians durante a primeira fase da Copa Sul-Americana. O ex-diretor não havia permitido os repasses até então. O antigo chefe do financeiro do Corinthians ainda confirmou atritos com Marcelo Mariano desde o início da gestão, em janeiro. Às autoridades, Rozallah afirmou que houve mais ingerências do diretor administrativo no departamento e que essa sequência motivou a saída do clube.
O ex-diretor financeiro ainda assegurou que não conhece Alex Cassundé, o sócio da intermediária do contrato com a VaideBet. Rozallah Santoro e Roberto Gavioli trabalharam com Augusto Melo, porém deixaram a direção em meio à crise administrativa. Gavioli era funcionário antigo e exerceu funções no financeiro em outras gestões. Antes de Rozallah, o segundo vice-presidente Armando Mendonça foi a outra pessoa do clube ouvida nas investigações até o momento.
Corinthians e VaideBet romperam o contrato no dia 7 de junho, cinco meses depois de celebrarem o maior acordo de patrocínio do futebol brasileiro. A crise se instaurou no dia 27, quando a patrocinadora máster notificou o clube extrajudicialmente pedindo esclarecimento em torno das notícias envolvendo o possível repasse de parte comissão do intermediário para um "laranja".