O Corinthians foi condenado pela Fifa, na última quinta-feira, a pagar R$ 40,4 milhões a Matías Rojas, que deixou o clube no fim de fevereiro devido ao não recebimento de valores referentes a direitos de imagem. Atualmente, o paraguaio defende o Inter Miami, nos Estados Unidos. A diretoria do Corinthians vai recorrer da decisão na Corte Arbitral do Esporte (CAS) e a estimativa é de que o caso seja resolvido só daqui a dois anos. Rojas pôde solicitar a rescisão por causa de uma cláusula inserida na novação do acordo, em janeiro, para pagamento dos valores atrasados. A cláusula em questão dava a Rojas a liberdade para deixar o Timão se o clube não cumprisse com o pagamento, mais uma vez. E, assim, aconteceu. O Corinthians parcelou a dívida de Rojas, mas já em fevereiro não pagou a segunda parcela. O jogador, então, acionou a cláusula e nunca mais apareceu no CT Joaquim Grava.
A Gazeta Esportiva apurou que, além da cláusula pertinente ao inadimplemento, nesta mesma novação da dívida, o Corinthians também aceitou uma cláusula de mitigação. Na prática, isso significa que Rojas ganhou a possibilidade de cobrar todos os valores do contrato dele com o Corinthians, tanto a dívida passada quanto o que ele ainda teria a receber até 2027. Além disso, por causa desta cláusula de mitigação, o Corinthians não vai poder usar o novo contrato de Rojas, feito com o Inter Miami, como argumento na Fifa para abatimento do valor daquilo que o Timão terá de pagar ao jogador. Essa é uma prática comum e costumeiramente aceita em processos semelhantes, porém, o Corinthians aceitou em não ter essa possibilidade.
O INÍCIO DE TUDO Na contratação de Matías Rojas, em 2023, o Corinthians combinou de pagar US$ 1,8 milhão ao jogador em três parcelas, não iguais, nos meses de julho, setembro e dezembro. O Corinthians sempre manteve o salário do meia em dia, daquilo que estava previsto em CLT, e chegou a pagar impostos das notas fiscais emitidas pelo atleta. As três parcelas, no entanto, não tiveram os depósitos feitos. O valor chegou a R$ 5 milhões e a promessa final da gestão comandada por Duilio Monteiro Alves foi de fazer o pagamento no dia 26 de dezembro, o que também não aconteceu. "Havia uma previsão de que o acordo original com a Brax depositasse o primeiro aporte na conta do Corinthians por volta de 20 de dezembro, o que nos permitiria quitar, dia 26 de dezembro, compromissos como o de Matías Rojas. Porém, o presidente Augusto Melo brecou o depósito da Brax, impedindo que isso ocorresse.